Recentemente, um estudo realizado na Coreia do Sul trouxe à tona a possibilidade de que a vacina contra o herpes-zóster possa ter benefícios além da prevenção da doença em si. A pesquisa, que envolveu mais de 1,2 milhão de indivíduos com 50 anos ou mais, sugere que a vacinação pode reduzir significativamente o risco de doenças cardiovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência cardíaca e doença coronariana.
Os resultados indicam que o efeito protetor da vacina pode durar até oito anos, sendo mais pronunciado em homens, pessoas com menos de 60 anos e aqueles com hábitos como tabagismo, consumo de álcool ou sedentarismo. O herpes-zóster, causado pelo vírus varicela-zóster, é conhecido por provocar erupções cutâneas dolorosas e é mais comum em pessoas idosas ou com imunidade comprometida.
Como a vacina pode proteger o coração?
A pesquisa sul-coreana destaca que, além de prevenir o herpes-zóster, a vacina pode oferecer uma proteção significativa contra problemas cardíacos. Segundo o professor Dong Keon Yon, da Universidade Kyung Hee, em Seul, a vacina é importante mesmo para aqueles que não apresentam fatores de risco cardíacos evidentes.
Isso se deve ao fato de que o herpes-zóster pode causar inflamações e danos aos vasos sanguíneos, além de formação de coágulos, fatores que aumentam o risco de complicações cardíacas.
Resultados do estudo
Os dados do estudo foram coletados a partir de 2012 e incluíram informações sobre vacinação, saúde cardiovascular e estilo de vida dos participantes. A vacina analisada foi uma versão viva atenuada, que vem sendo substituída em diversos países por versões recombinantes.
Os resultados mostraram que pessoas vacinadas apresentaram um risco 26% menor de eventos cardiovasculares graves, como AVC, infarto ou morte por doença cardíaca, além de 26% menos chances de desenvolver insuficiência cardíaca e 22% menos risco de doença coronariana.
Embora os resultados sejam promissores, o estudo é de natureza observacional e focado em uma população asiática, o que pode limitar sua aplicação a outros grupos étnicos. Os autores do estudo recomendam a realização de novas pesquisas para confirmar os resultados e investigar o impacto de diferentes tipos de vacina contra o herpes-zóster.