À medida que mais um ano se aproxima do seu término, o céu de dezembro nos brinda com a visão espetacular das constelações de verão, cujas estrelas brilhantes de Touro, Orion e Cão Maior iluminam a noite. Contudo, a maior atração deste mês celestial é, sem dúvida, a chuva de meteoros Geminídeos, um fenômeno marcante que atinge seu pico na noite de 13 para 14 de dezembro. Esta é a chuva de meteoros mais visível nas latitudes brasileiras, oferecendo um espetáculo único que não deve ser ignorado, desde que o céu esteja livre de nuvens.
Observar os meteoros requer paciência, aconselhando-se reservar pelo menos uma hora para apreciar o fenômeno, preferencialmente em um local afastado das luzes da cidade, proporcionando um campo de visão mais amplo e desobstruído.
Além da iminente chuva de meteoros, o calendário celeste de dezembro reserva outros eventos astronômicos dignos de nota. No dia 4, ocorre o último eclipse solar do ano, um espetáculo que será menos observado devido à sua visibilidade restrita à Antártida. Às 4h34 da madrugada (horário de Brasília), durante um minuto e 54 segundos, o Sol será completamente oculto pela Lua. Os interessados poderão acompanhar ao vivo pelo site nasa.gov/live.
No dia 6, uma bela aproximação ocorre entre a Lua e Vênus ao poente, com a constelação de Sagitário como pano de fundo. Olhando para o Oeste no início da noite, Saturno e Júpiter também estarão acima desse par celestial.
Entretanto, a grande estrela do mês é, sem dúvida, a madrugada de 14 de dezembro, quando as Geminídeas prometem oferecer a melhor oportunidade de observação de meteoros no Brasil. Durante as primeiras horas desta terça-feira, aqueles que dedicarem uma vigília poderão testemunhar dezenas de meteoros iluminando o céu. A recomendação é simples: arrume uma cadeira confortável, direcione seu olhar para a constelação de Gêmeos e aprecie o espetáculo cósmico.
Finalmente, em 21 de dezembro, às 12:59, ocorre o solstício de verão, marcando o início dessa estação no Hemisfério Sul e do inverno no Hemisfério Norte. Nesse momento, o Sol atinge a posição mais ao Sul da esfera celeste, iniciando seu lento retorno rumo ao norte. Uma sequência de eventos celestes que, sob a orientação de Gustavo Rojas, físico da Universidade Federal de São Carlos, proporciona aos amantes da astronomia a oportunidade de fechar o ano contemplando a majestade do universo. Essa coluna, certificada pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), serve como guia para os que buscam uma conexão mais profunda com o céu noturno.