O Brasil enfrenta os desafios iminentes do Super El Niño, um fenômeno climático de grande intensidade que se projeta como uma influência dominante no mês de dezembro. Este período marca não apenas o início do verão climático, mas também se destaca pela importância no comércio, turismo e na agricultura, com o avanço da safra de verão.
Historicamente, dezembro traz consigo um aumento expressivo nos dias de calor no Sul do Brasil e uma frequência crescente de chuvas, especialmente no Sudeste e no Centro-Oeste. Essa mudança é impulsionada pelo início da estação chuvosa nos estados do Centro do país.
Em cidades como Porto Alegre e São Paulo, as médias históricas de temperatura indicam um mês quente, com máximas significativas. No entanto, o destaque está nas chuvas, com médias mais elevadas em dezembro do que em meses anteriores, principalmente devido à Zona de Convergência do Atlântico Sul, um corredor de umidade que se estende da Amazônia até o Sudeste, trazendo chuvas frequentes.
Os últimos anos foram marcados pelo fenômeno climático La Niña, resultando em pouca chuva e estiagem no Sul do Brasil. No entanto, 2023 contrasta com a presença do El Niño, notável por sua intensidade e classificação como Super El Niño. Com anomalias de temperatura da superfície do mar acima de 2ºC no Pacífico Equatorial Centro-Leste, esse evento atingirá seu pico no final deste ano ou no máximo em janeiro de 2024.
O impacto do El Niño é evidente nas projeções para dezembro. A chuva seguirá acima da média em muitas áreas do Sul do Brasil, com risco de excessos em partes da região. Enquanto o Rio Grande do Sul pode enfrentar precipitações abaixo ou perto da média, Santa Catarina e o Paraná devem ter chuvas próximas ou acima da média, sendo algumas localidades do Paraná podendo atingir até 300 mm a 400 mm no mês.
No Centro-Oeste e Sudeste, a precipitação tende a ficar abaixo ou perto da média na maioria das localidades. No entanto, áreas entre São Paulo, o Centro-Sul de Minas e o Rio de Janeiro podem experimentar chuvas acima dos valores climatológicos.
Quanto às temperaturas, dezembro será marcado por marcas superiores à média no Centro-Oeste e Sudeste, de acordo com as projeções do Centro Meteorológico Europeu. No Sul do Brasil, especialmente no Rio Grande do Sul, as temperaturas devem se manter próximas à climatologia histórica, com pulsos de ar frio proporcionando dias mais amenos, contrariando o calor predominante na região.
Dessa forma, o cenário climático para dezembro no Brasil é influenciado pelo Super El Niño, trazendo desafios e oportunidades. Enquanto algumas regiões enfrentarão chuvas intensas, outras podem ter temperaturas acima da média, destacando a complexidade das variabilidades climáticas e a necessidade de adaptação contínua diante das mudanças climáticas em curso.