Conhecido desde o século XIX, o tempo de Planck, embora inicialmente desconsiderado, traz consigo pistas profundas para um melhor entendimento do universo, e pode ser a peça que faltava para desvendar alguns dos mistérios ainda presentes na física moderna. O físico alemão Max Planck foi a mente brilhante por trás do conceito que leva seu nome.
O tempo de Planck, um intervalo microscópico e quase inimaginável em nossa realidade, vem das quantidades básicas da física teórica. Em seu princípio, não passava de uma curiosidade científica. No entanto, esse pequeno fragmento temporal assumiu um papel crucial na compreensão atual sobre a origem do universo e na busca de uma teoria da gravidade quântica.
O que é o tempo de Planck?
O tempo de Planck surgiu em um artigo científico escrito por Max Planck na virada para o século XX. Ele buscava um conjunto de unidades “naturais” em que constantes fundamentais, como a constante gravitacional G, fossem exatamente iguais a 1. Além de G, ele considerou a velocidade da luz e a constante de Planck, descoberta por ele mesmo.
Unindo essas três constantes, Planck definiu um novo conjunto de unidades de medida. Essas unidades são a massa de Planck, o comprimento de Planck e o tempo de Planck. A relação entre as duas últimas é muito próxima, já que o comprimento de Planck é igual ao tempo de Planck multiplicado pela velocidade da luz.
Quão rápido é o tempo de Planck?
Segundo o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA, o tempo de Planck é de 5,391247 × 10-44 segundos. Isso o faz inimaginavelmente pequeno no contexto de nossa experiência cotidiana e pode ser o principal motivo pelo qual foi amplamente ignorado por cientistas até meados do século XX.
No entanto, com os avanços na busca por uma teoria que unifique gravidade e mecânica quântica, o tempo de Planck retomou seu brilho e atualmente é visto como uma chave potencial para conectar essas duas áreas da física.
Planck e o início do universo
Conforme os cientistas exploram a história do universo, notam que durante os primeiros momentos após o Big Bang, quando o universo atingia temperaturas e densidades extremas, as quatro forças fundamentais – gravidade, eletromagnetismo e as forças nucleares forte e fraca – parecem se fundir.
Existe uma crença comum de que a gravidade se fundia com essas outras forças antes do tempo de Planck. No entanto, foi apenas no tempo de Planck, cerca de 5 × 10-44 segundos após o Big Bang, que a gravidade se tornou a força distinta que conhecemos hoje.
Ainda há muito a desvendar sobre o tempo de Planck, mas o conhecimento até agora reitera seu valor para a ciência, muito além de uma curiosa anedota da física. Seu papel fundamental na compreensão do Big Bang e na exploração de teorias de gravidade quântica reforça a importância de estimular e financiar pesquisas relacionadas a essa pequeña, porém fundamental, unidade de tempo.