No dia 19 de setembro, um encontro significativo aconteceu em Rio Pardo, unindo produtores rurais e lideranças políticas. A reunião teve como principal objetivo discutir o crescente endividamento que assola a agricultura na região, reflexo de uma sequência de intempéries climáticas que têm prejudicado a produção agrícola. O Rio Grande do Sul, sendo um importante pilar do setor primário brasileiro, sente intensamente os impactos dessa instabilidade.
Os produtores, grupo unido sob a bandeira do movimento SOS Agro RS, demonstram preocupação crescente ante as respostas insatisfatórias do governo federal. Debates intensos e um clima de insatisfação marcaram o acontecimento, que poderá culminar em um grande protesto na capital gaúcha, Porto Alegre, caso as demandas do setor não sejam propriamente atendidas.
Qual a principal reivindicação dos produtores rurais gaúchos?
Durante o encontro em Rio Pardo, ficou evidente que a prorrogação de parcelas de dívidas é a principal reivindicação. Os agricultores pedem um rearranjo nos termos de financiamento, sugerindo um prazo de 15 anos para quitação, com juros de 3% e dois anos de carência antes do início do pagamento. Essas condições, segundo eles, ofereceriam o respiro necessário para que o setor se reerga.
Manifestação em Porto Alegre: Uma possibilidade eminente
A expectativa de mobilização na capital, conforme mencionado pelo governador Eduardo Leite, enfatiza a seriedade e a urgência da situação. “Faço questão, se as respostas não vierem, de ter essas pessoas, e muito mais, em Porto Alegre,” declarou, reconhecendo o potencial de uma manifestação significativa e impactante. O evento em Porto Alegre está previsto para ocorrer após 30 de julho, caso a Medida Provisória prometida pelo Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, não atenda às necessidades do setor.
O relato de quem vive a crise no campo
Priscila Bonfante, suinocultora de Encantado, compartilhou no encontro um relato comovente sobre os desafios enfrentados por ela e por outros agricultores. “O que eu peço? Tempo, prazo. Mais vale ter crédito na mão do que dinheiro no bolso. Peço que não tirem nossa dignidade, nossa condição de pagar nossos compromissos”, desabafou. Priscila destacou um prejuízo pessoal de mais de um milhão de reais decorrente das cheias de maio, ilustrando a gravidade da situação.
Observa-se tanto pelo relato de Priscila quanto pelos discursos das lideranças, uma profunda conexão e compromisso com a sobrevivência e prosperidade do setor agrícola gaúcho. A união e a luta coletiva dos produtores, representadas pelo SOS Agro RS, são vitais para enfrentar os obstáculos que se impõem.
Além disso, eventos como o ocorrido em Rio Pardo consolidam uma frente de apoio mútuo, que é essencial para conduzir as necessárias mudanças e conquistar melhorias significativas para o setor. Diante desse cenário, as próximas semanas serão cruciais para determinar os rumos da agricultura gaúcha.
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