Por que as mulheres continuam ganhando menos que os homens em 2024? Veja a resposta
Recentemente, foram trazidos à luz dados pelo 1º Relatório Nacional de Transparência Salarial e de Critérios Remuneratórios. Este estudo, apresentado conjuntamente pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, revelou uma diferença significativa nos salários de homens e mulheres no país, com mulheres ganhando 19,4% a menos do que seus pares masculinos.
O documento se baseia em informações fornecidas ao eSocial por 49.587 estabelecimentos com 100 ou mais empregados em 2022, cobrindo quase 17,7 milhões de trabalhadores. Mais alarmante ainda é a disparidade salarial para mulheres em posições de liderança, onde a diferença chega a 25,2%.
Por que a desigualdade persiste
Investigar as causas dessa persistente desigualdade salarial é importante. O relatório sugere que fatores como raça e posição ocupacional jogam um papel fundamental nesse cenário. De fato, as mulheres negras enfrentam a maior disparidade, com uma renda média 27,9% inferior à dos homens não-negros e apenas 66,7% da recebida por mulheres não-negras.
Além disso, uma porção minoritária das empresas analisadas, apenas 32,6%, possui políticas voltadas para a contratação de mulheres. Esse número cai ainda mais quando focamos em grupos específicos dentro do universo feminino, indicando uma falta generalizada de incentivo e apoio.
Fica claro que ações concretas precisam ser tomadas para mitigar essa desigualdade. O relatório não apenas joga luz sobre esta questão urgente, mas também coloca um prazo para as empresas divulgarem suas políticas salariais ao público, sob o risco de multa. A notificação de discrepâncias salariais e a obrigatoriedade de um plano de ação são passos na direção certa.
Impacto regional da desigualdade salarial
A desigualdade salarial varia significativamente de uma região para outra do Brasil. Por exemplo, em São Paulo, a diferença salarial entre homens e mulheres é de 19,1%, refletindo quase precisamente a média nacional. No outro extremo, o Distrito Federal apresenta a menor desigualdade, com uma diferença de apenas 8%.
Essas variações regionais são um indicativo de que podem haver práticas específicas locais que influenciam a equidade salarial e que, por sua vez, podem servir de modelo para outras regiões em um esforço para mitigar a diferença a nível nacional.