Na Eritreia, um dos países com maior índice de perseguição religiosa no mundo, a situação dos cristãos é alarmante e merece atenção internacional. Recentemente, três pastores, identificados como Haile Nayzgi, Kiflu Gebremeskel e Meron Gebreselásie, completaram 20 anos de detenção sob condições desumanas, sem nunca terem sido formalmente acusados ou julgados.
Esses líderes religiosos, junto com outros muitos cristãos, enfrentam injustiças severas somente por exercerem sua fé em um país que só permite a prática religiosa em três denominações: a Ortodoxa Eritreia, a Católica Romana e a Luterana. Aqueles que se aventuram além dessas aceitações enfrentam prisão e severas punições sob vigilância constante do regime governamental.
O que significa ser cristão na Eritreia?
Na Eritreia, ser cristão pode ser comparado a viver sob constante ameaça. A liberdade religiosa é um direito desconhecido para aqueles que decidem seguir qualquer fé fora das três denominações aprovadas pelo Estado. Segundo relatórios internacionais, incluindo da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), os cristãos são confinados em condições brutais, muitas vezes trancados em contêineres metálicos expostos a extremos climáticos.
Esses fiéis são sujeitos a torturas físicas e abusos, incluindo assédio sexual, enquanto clamam por qualquer forma de legalidade ou humanidade que possa ser oferecida em seu desespero. A comunidade internacional, embora ciente, tem enfrentado dificuldades em pressionar por mudanças concretas no regime eritreu, que mantém seu poder através do medo e repressão.
Como a comunidade global responde à perseguição na Eritreia?
A resposta global tem sido de condenação através de diversas organizações que monitoram a liberdade religiosa mundialmente. No entanto, as ações práticas para mudar essa realidade são complexas, dada a natureza fechada e totalitária do governo da Eritreia. Organismos como a USCIRF têm pedido intervenções mais eficivas para garantir a segurança e bem-estar desses prisioneiros de consciência.
“É inconcebível que esses líderes permaneçam presos, sofrendo atrocidades em condições horríveis”, expressou Frank Wolf, comissário da USCIRF. Ele ressalta que a situação na Eritreia exige uma atenção especial para evitar que mais líderes religiosos sofram o mesmo destino cruel e desumano.
Relatos comoventes e apelos por ações
O pastor eritreu, Berhane Asmelash, compara seu país a uma “prisão gigante”, reiterando a severidade das condições impostas aos cristãos. A súplica por orações e suporte se estende para além das fronteiras da Eritreia, alcançando a comunidade cristã global. Todd Nettleton, um dos missionários que visita regularmente a região, faz um apelo emocionante: “Imagine não assistir aos marcos familiares de seus filhos por estar encarcerado injustamente. É uma tragédia que clama por nossa ação e orações.”
Essa realidade dura enfrentada pela comunidade cristã na Eritreia não é apenas uma questão de liberdade religiosa, mas um teste para a humanidade. A comunidade internacional, enquanto observa e debate, deve encontrar formas efetivas de pressionar por justiça e respeito aos direitos humanos fundamentais. A fé desses perseguidos, apesar de tudo, serve como um lembrete poderoso da força humana sob repressão e da necessidade imperiosa de solidariedade e ação.