A proposta de redução da jornada de trabalho no Brasil, atualmente em discussão no Congresso Nacional, tem gerado debates acalorados sobre seus possíveis impactos econômicos e sociais. O projeto sugere a substituição da escala 6×1, onde se trabalha seis dias e descansa um, por uma carga horária semanal menor.
Entretanto, um estudo da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) aponta que essa mudança poderia resultar em uma queda significativa do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
De acordo com a pesquisa, a redução da jornada de trabalho pode levar a uma diminuição de até 16% no PIB brasileiro, o que representaria uma perda de aproximadamente R$ 2,9 trilhões. Esse impacto econômico seria comparável a retirar da economia nacional o dobro do PIB do Chile.
Além do impacto econômico, a redução da jornada de trabalho também poderia afetar o mercado de trabalho de forma significativa. O estudo da Fiemg sugere que, em um cenário pessimista, a diminuição da produtividade poderia resultar na perda de até 18 milhões de vagas de emprego.
Além disso, a massa salarial, que representa o total de rendimentos dos trabalhadores, poderia sofrer uma redução de R$ 480 bilhões, afetando o consumo, o investimento e a arrecadação tributária.
O que muda com o fim da escala 6×1?
A proposta de redução da jornada de trabalho, apresentada pela deputada Érika Hilton, visa substituir a escala 6×1 por um modelo mais flexível, que ofereça maior qualidade de vida aos trabalhadores. A nova escala proposta, conhecida como 4×3, prevê quatro dias de trabalho por semana e três dias de descanso, com um limite máximo de 8 horas diárias e 36 horas semanais.
Essa mudança busca alinhar o Brasil a um movimento global em direção a modelos de trabalho mais adaptáveis às novas realidades do mercado e às demandas por melhor qualidade de vida. A proposta inclui ainda a eliminação de escalas de seis dias de trabalho consecutivos, permitindo aos trabalhadores mais tempo para descanso e atividades pessoais.
A proposta segue em análise no Congresso Nacional.