Recentemente, o foco na sustentabilidade tem crescido exponencialmente em diversos setores, com a pecuária no Brasil ocupando uma posição de destaque. O país, portador do maior rebanho bovino da Amazônia e segundo maior rebanho global, enfrenta contínuas pressões para comprovar a procedência legal de sua produção de carne. No alto do estado do Pará, uma inovadora abordagem com a implementação de chips em bois promete transformações significativas para o setor.
A prática, ainda em fase de projeto-piloto, foi vista de perto pela equipe de jornalismo do g1, na fazenda do pecuarista Roberto Paulinelli. Essa iniciativa se apresenta como uma solução viável para certificar que a carne comercializada no mercado nacional e internacional seja livre de desmatamento, um assunto que carrega grande peso ambiental e comercial para o Brasil.
Por que a rastreabilidade do gado é essencial?
A necessidade de uma rastreabilidade eficaz ganha força em meio às estratégias para robustecer a fiscalização e o monitoramento das carnes. Em um país líder na exportação de carne bovina, garantir que o produto não esteja vinculado a áreas de desmatamento ilegal é não só uma demanda ambiental, mas também um diferencial no mercado global.
Como funciona a rastreabilidade com chips em bois?
O sistema utiliza um chip instalado nos bois, permitindo o acompanhamento individual de cada animal ao longo de toda a cadeia produtiva. Este método proporciona um controle detalhado e eficiente, oferecendo garantia sobre a origem do gado e a conformidade com as leis ambientais vigentes. Além disso, o uso dessa tecnologia permite a identificação rápida de irregularidades nos fornecedores indiretos, uma lacuna que anteriormente dificultava a rastreabilidade total.
Benefícios e desafios da implementação
A adoção de chips não só facilita a gestão de dados sobre os bovinos, como também minimiza riscos de erros e fraudes no processo de venda de carne. Contudo, o custo da tecnologia e a necessidade de infraestrutura adequada nas fazendas são desafios que ainda precisam ser superados para ampliar a adoção dessa prática em todo o território nacional.
- Custo por boi: R$7 para inserção do chip.
- Certificação: R$13 por animal.
- Equipamento para leitura: R$5 mil por dispositivo.
Quais são as perspectivas para o futuro da pecuária no Brasil?
O desenvolvimento e a implementação de políticas públicas eficazes são essenciais para o avanço da rastreabilidade bovina no país. Como proposto pelo ministro da Agricultura, um grupo de trabalho foi criado para discutir integrações da rastreabilidade na cadeia produtiva, o que sugere um movimento do governo para apoiar essas iniciativas. A expectativa é que, com apoio governamental e colaboração entre os diferentes esferões da indúria, o Brasil possa liderar um novo padrão de produção pecuária, alinhado às exigências ambientais e comerciais globais.
Com as regulamentações internacionais se tornando cada vez mais rígidas, a capacidade de garantir um produto livre desmatamento não somente posiciona favoravelmente o Brasil no mercado internacional, como também contribui significativamente para a preservação da Amazônia. Este é um campo em que a inovação não apenas acelera o negócio, mas também promove a sustentabilidade necessária para o futuro do planeta.