Historicamente, Israel foi vista como uma peça fundamental na escatologia cristã, especialmente entre os evangélicos. A crença pré-milenista, popularizada por teólogos e autores como Tim LaHaye e Jerry B. Jenkins, sustentava que o retorno dos judeus à Terra Prometida e a fundação do moderno estado de Israel em 1948 eram cumprimentos diretos das profecias bíblicas. Para muitos evangélicos, esses eventos eram sinais claros de que o fim dos tempos estava próximo, com Israel desempenhando um papel central na sequência de eventos que culminariam na Segunda Vinda de Cristo.
Queda no apoio de jovens evangélicos a Israel
No entanto, essa visão tem perdido força entre os jovens evangélicos nos Estados Unidos. Um estudo recente, detalhado no livro “Christian Zionism in the Twenty-First Century: American Evangelical Opinion on Israel,” de Kirill Bumin e Motti Inbari, revelou uma queda significativa no apoio a Israel entre esses jovens. As pesquisas realizadas entre 2018 e 2021 mostram que o apoio a Israel entre evangélicos com menos de 30 anos caiu de 67,9% para 33,6%, enquanto o apoio aos palestinos aumentou de 5% para 24,3%.
Essa mudança pode ser atribuída a uma nova inclinação para a escatologia amilenista e pós-milenista, que vê o papel de Israel no fim dos tempos de maneira menos literal e mais simbólica. Pastores amilenistas e pós-milenistas, que são frequentemente mais jovens e etnicamente diversificados, estão atraindo uma nova geração de evangélicos. Esses jovens estão mais focados em questões de justiça social e menos convencidos da necessidade de um papel central para Israel nas profecias bíblicas.
Mudança nas atitudes religiosas
A queda no apoio a Israel entre os jovens evangélicos tem sido observada por várias fontes, incluindo um artigo do Jerusalem Post. Os dados revelam que, em 2021, apenas 33,6% dos jovens evangélicos expressaram apoio a Israel, comparado a 67,9% em 2018. Essa tendência é um reflexo de uma mudança mais ampla nas atitudes religiosas e políticas dessa geração.
Richard Land, editor executivo do The Christian Post, sugere que a influência do marxismo cultural nas universidades americanas tem contribuído para essa mudança, retratando Israel como um estado opressor. Além disso, muitos jovens evangélicos estão se afastando das tradições pré-milenistas e adotando visões escatológicas que não conferem a Israel o mesmo papel central.
Essa transformação geracional e teológica indica que o apoio dos jovens evangélicos a Israel pode continuar a diminuir, impactando não apenas as relações entre esses grupos, mas também a política externa americana em relação ao Oriente Médio.