O El Niño, um fenômeno climático conhecido por seu impacto global, parece estar se encaminhando para o fim, conforme indicado por especialistas. O aquecimento anormal e persistente da superfície do Oceano Pacífico, característico desse fenômeno, está projetado para perder força a partir do mês de abril, de acordo com o mais recente relatório divulgado pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA) em 8 de fevereiro.
Durante o El Niño, os ventos alísios desempenham um papel crucial, mas quando enfraquecidos, a parte mais quente das águas oceânicas permanece estática por mais tempo, elevando a temperatura média em até 3ºC e desencadeando o fenômeno. No entanto, essa condição está mudando, como explica Desirée Brandt, meteorologista sócia-executiva da Nottus. A temperatura da porção equatorial do Oceano Pacífico, embora ainda quente, começou a diminuir após atingir o ápice em dezembro, indicando a perda de intensidade do El Niño.
No Brasil, os efeitos do El Niño se manifestaram com chuvas mais intensas na região Sul, embora de forma irregular e em pontos isolados. Essa precipitação, embora forte em alguns locais, não foi distribuída de maneira uniforme, deixando alguns lugares sem precipitação significativa.
Mas o que vem depois do El Niño? A transição para um período de neutralidade, quando nenhum dos fenômenos está em atividade, é esperada entre abril e junho de 2024, com 79% de chance, conforme indicado pelo NOAA. Em seguida, há uma probabilidade de 55% de que ocorra um La Niña entre junho e agosto.
Historicamente, é comum que um La Niña suceda um El Niño, e não o contrário. Esse padrão reforça a previsão de que o La Niña pode estar se aproximando, especialmente considerando os parâmetros fracos e o gradual enfraquecimento do El Niño, como observado nas previsões.
O La Niña, oposto ao El Niño, é caracterizado pelo resfriamento das águas do Oceano Pacífico equatorial. Na última vez que ocorreu, o La Niña persistiu por três anos, até março de 2023. No Brasil, isso resultou em estiagens severas nos estados do Sul, como Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, causando danos significativos às safras agrícolas. No Sudeste e Centro-Oeste, houve variações extremas de temperatura, com dias quentes e noites frias. Enquanto isso, na região Norte e Nordeste, especialmente em estados como Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, houve períodos prolongados de chuva.