A contaminação precoce da ferrugem asiática preocupa os agricultores da safra de soja 23/24 no Rio Grande do Sul (RS) e Mato Grosso do Sul (MS). No MS, especificamente, foram registrados 10 casos da doença durante a safra anterior (2023-2024). Esses casos foram identificados em diferentes municípios, incluindo Laguna Carapã, Iguatemi, Itaquiraí, Naviraí, Ivinhema e Chapadão do Sul, na região nordeste do estado, através do Consórcio Antiferrugem, uma plataforma de monitoramento gerenciada pela Embrapa.
A ferrugem asiática da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, e seus impactos podem ser devastadores, resultando em perdas de produtividade que variam de 10% a 90% quando não controlada. O dano primário causado pela doença é a desfolha precoce, que compromete a formação completa dos grãos, resultando em uma redução significativa da produtividade.
Uma das estratégias adotadas para controlar a disseminação da doença é o cadastro dos produtores pela Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro), responsável pelo monitoramento das áreas cultivadas de soja na safra 2023/2024 no estado. O prazo para esse cadastro encerrou recentemente e foi realizado online através do site da agência.
Daniel Ingold, diretor-presidente da Iagro, enfatiza a importância do cadastro como uma medida essencial de defesa sanitária vegetal, destacando que a não realização do cadastro pode resultar em notificações e penalidades para os produtores.
Com relação à safra de soja no Mato Grosso do Sul para 2023/2024, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (FAMASUL) estima uma área cultivada de 4,2 milhões de hectares, com uma produtividade média estimada em 54 sacas por hectare, resultando em uma produção total de aproximadamente 13,8 milhões de toneladas. Os principais municípios produtores de soja do estado incluem Maracaju, Ponta Porã, Sidrolândia, Dourados e Rio Brilhante.
Além dos impactos diretos na produção agrícola, a produção de soja também desempenha um papel significativo na economia do estado, gerando cerca de 3,3 mil empregos formais, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os empregos indiretos relacionados à produção de soja são ainda mais expressivos, totalizando cerca de 10,3 mil cargos, conforme relatório do Departamento Técnico (Detec) do Sistema Famasul.