Em uma ação inédita e simbólica, uma missa em latim foi celebrada no Capitólio dos EUA ontem, 23 de janeiro de 2024, com o apoio do presidente da Câmara, Mike Johnson, e de outros dois membros republicanos da mesma.
O fato ocorreu exatamente um ano depois de o escritório do FBI em Richmond, nos Estados Unidos, ter classificado os católicos tradicionalistas como “extremistas violentos”, comparando-os a “terroristas domésticos”. Segundo Ryan Ellis, tesoureiro da Arlington Latin Mass Society e responsável pela coordenação do evento, aproximadamente 60 a 70 pessoas participaram da missa.
Embora nenhum membro do Congresso tenha estado presente por estarem de recesso, três apoiaram a coordenaram da celebração. Entre eles, o deputado Dan Meuser, de religião católica, o presidente da Câmara, Johnson, que é batista, e o deputado Jim Jordan, de fé protestante.
Contexto da celebração
No dia 23 de janeiro de 2023, o FBI divulgou relatório afirmando que os católicos tradicionalistas seriam prováveis “extremistas violentos”, sendo comparados a “terroristas domésticos”. Com isso, Ellis pensou que a realização de uma missa em latim no Capitólio, com apoio de membros do Congresso, seria uma maneira simbólica de demonstrar oposição à perseguição relacionada no relatório do FBI.
Por outro lado, desde julho de 2021 há restrições para a celebração da missa em latim sob novas diretrizes estabelecidas pela carta apostólica Traditionis Custodes do Papa Francisco. Por essa orientação, qualquer diocese que deseje conceder dispensas para celebração da missa tradicional precisa de aprovação expressa da Santa Sé.
Visibilidade e apoio da comunidade católica
Apesar das restrições e marcação do relatório do FBI, o evento contou com a presença de diversas pessoas, forçando inclusive a mudança de local da celebração para um espaço três vezes maior que o anteriormente previsto. Além dos frequentadores habituais de missas em latim, Ellis mencionou o apoio do grupo de defesa católico CatholicVote para a divulgação do evento.
Com celebração concluída com sucesso, o evento recebeu muitos comentários positivos e demonstrou a unidade e oposição da comunidade católica contra a pejorativa classificação divulgada pelo relatório do FBI. Contudo, vale ressaltar que ainda há reações negativas em relação às missas em latim sob a alegação de divisão da comunidade católica. Independente da visão, os católicos tradicionalistas continuam exercendo seu direito de fé e em celebração à liturgia antiga, mantendo viva a tradição histórica da igreja.