Funcionária é chamada de “macumbeira” e processa clínica odontológica
A Justiça do Trabalho do Espírito Santo, em um recente julgamento, condenou uma clínica odontológica situada na Serra, região da Grande Vitória, ao pagamento de R$ 20 mil por danos morais a uma ex-funcionária. A acusação se baseia na prática de atos de racismo religioso por parte das chefias em relação à empregada, que alega ter sido reiteradamente ofendida e humilhada.
O processo trouxe à luz os desafios enfrentados por trabalhadores que sofrem discriminação religiosa no seu local de serviço. As denúncias incluem desde apelidos pejorativos até situações de constrangimento público. Este caso, em específico, teve início em 2022, com as ofensas ocorrendo ao longo do período em que a vítima esteve empregada, de 2019 a 2022. Ambos os envolvidos optaram por recorrer da decisão.
Segundo o desembargador Claudio Armando Couce de Menezes, as situações vivenciadas pela autora do processo distanciam-se significativamente do que poderia ser considerado um ambiente descontraído ou de simples brincadeira. A ofensa à dignidade, honra e crenças religiosas de um empregado transgride o conceito de respeito mútuo necessário para a manutenção de um clima organizacional saudável.
Importância do respeito à diversidade
Um dos pontos de reflexão que emerge desse caso é a relevância do respeito à diversidade religiosa dentro das empresas. Conforme sublinhado pela juíza Denise Alves Tumoli Ferreira, questões de fé e religiosidade não devem ser alvo de zombarias ou discriminações, especialmente em espaços corporativos, onde as relações interpessoais devem ser pautadas pelo respeito e pela inclusão.
O veredito do caso evidencia a necessidade de as organizações promoverem treinamentos e políticas claras de comportamento e respeito às diferenças, assegurando um ambiente de trabalho onde todos se sintam seguros e valorizados, independentemente de suas crenças pessoais.