Uma pesquisa recente realizada pelo Datafolha trouxe à tona dados significativos sobre o perfil dos evangélicos. A maioria dos indivíduos que se identificam como evangélicos hoje em dia se converteu à fé após os 18 anos. Interessantemente, 46% dos entrevistados indicaram que começaram a frequentar cultos a partir dessa idade. Além disso, 55% dos casos mostraram que nem o pai nem a mãe frequentavam a igreja durante a infância do fiel.
O levantamento também apresentou insights do pastor Rodolfo Capler, um escritor e pesquisador do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP. Segundo Capler, autor do livro “Geração Selfie”, a juventude brasileira é atraída pela pregação dos pastores pentecostais, que utilizam uma estética e linguagem modernas, além da música gospel, que incorpora diversos subgêneros musicais populares.
Por que os Evangélicos se Convertem Depois dos 18 Anos?
A pesquisa do Datafolha sugere que a conversão dos indivíduos na maioridade pode ser motivada pela percepção da igreja como um espaço de amor, oportunidades de trabalho e novos círculos de amizade. A comunidade religiosa oferece apoio constante, seja em momentos de crise financeira ou emocional, consolidando uma rede de suporte robusta.
Como a Igreja Apoia seus Membros?
Os laços comunitários fortalecidos nos templos são um aspecto vital notado na pesquisa. Muitos entrevistados relataram ao Datafolha que recebem apoio em seus pequenos empreendimentos e até mesmo ajuda em casos de necessidade. Um exemplo disso foi dado por uma entrevistada que perdeu tudo em uma enchente; os membros de sua igreja providenciaram cestas básicas para sua família durante dois meses.
Qual é a Relevância da Religião na Vida dos Evangélicos?
Os dados coletados pelo Datafolha destacam a importância da religião em várias esferas da vida dos entrevistados:
- 55% atribuem nota máxima à relevância da religião na busca ou manutenção de relacionamentos amorosos.
- 76% consideram a crença crucial para seus planos profissionais e vida financeira.
- 63% vêem a fé como essencial na preservação de amizades antigas e na formação de novas.
A pesquisa também revelou que 47% dos entrevistados se beneficiaram de algum projeto social da igreja. Destes, 18% destacaram as cestas básicas como o benefício mais lembrado, enquanto outros mencionaram aulas de música e apoio psicológico.
O levantamento, realizado entre 24 e 28 de junho de 2024, contou com 613 fiéis paulistanos e tem uma margem de erro de quatro pontos percentuais. Ele foi formulado com a colaboração dos antropólogos Juliano Spyer, colunista da Folha, e Rodrigo Toniol, além da socióloga Christina Vital e do cientista político Vinicius do Valle, todos profissionais renomados na área.
Atração da Juventude às Igrejas Pentecostais
O pastor Rodolfo Capler sugere que a atração da juventude pelas igrejas pentecostais está ligada à contextualização da pregação e da música gospel. A inclusão de estilos como rap, funk, samba, sertanejo e rock nas celebrações aproxima as novas gerações. Essa diversidade musical ressoa com as preferências da juventude, fazendo com que se sintam mais conectados e compreendidos em suas comunidades de fé.
Conclusão da Pesquisa e Impactos Sociais
Em resumo, a pesquisa do Datafolha fornece uma visão detalhada sobre como os evangélicos se relacionam com sua fé e as comunidades religiosas. A forte rede de apoio emocional e material oferecida pelas igrejas tem um papel crucial na vida dos fiéis. Este suporte vai além das paredes do templo, impactando diretamente a vida social e econômica dos membros, e mostrando a relevância das igrejas na sociedade contemporânea.
Diante desses dados, fica evidente que as igrejas evangélicas não são apenas um local de culto, mas também centros de apoio comunitário, oferecendo assistência prática e emocional para seus membros. A diversidade de atrações e o acolhimento genuíno são fatores que continuam a atrair e reter fiéis de várias idades, especialmente após os 18 anos.