Recentemente, a China tem sido palco de crescente repressão religiosa, especialmente contra grupos considerados dissidentes pelo governo. Entre esses grupos, estão as igrejas domésticas, que operam independentemente do controle estatal e muitas vezes desafiam a autoridade do Partido Comunista Chinês.
Perseguição religiosa na China
No último episódio dessa série de perseguições, ocorrido em 10 de março, autoridades chinesas realizaram uma operação policial na Igreja Reformada Fuyang Maizhong, localizada na província de Anhui. Durante uma reunião realizada em um restaurante local, dezoito cristãos foram abordados e levados pelas autoridades. Dentre esses, oito foram detidos administrativamente por um período de 13 dias.
O líder da igreja, Élder Chang Shun, também foi alvo da operação, recebendo uma detenção administrativa de 15 dias. Esta não é a primeira vez que Chang Shun é detido; na verdade, é a terceira vez nos últimos seis meses. Sua prisão e a detenção dos membros da igreja demonstram um padrão contínuo de perseguição religiosa por parte das autoridades chinesas.
Durante a incursão policial, os agentes, sem identificação, invadiram o restaurante e começaram a interrogar os presentes sem qualquer justificativa aparente. Ignorando os pedidos dos cristãos para mostrar suas credenciais, os agentes foram apoiados por funcionários do departamento local de assuntos religiosos e agentes de segurança nacional, que fotografaram e filmaram a situação.
O episódio foi marcado por tumulto, com relatos de um indivíduo sem uniforme e identificação retirando à força o tablet de uma mulher que estava gravando um vídeo. Apesar dos pedidos por documentação legal da operação, as autoridades se recusaram a apresentar qualquer documento.
Os cristãos detidos foram levados para a delegacia, onde foram submetidos a interrogatórios direcionados e orientados, sem receberem respostas satisfatórias sobre o motivo da detenção ou sobre os documentos do interrogatório. O interrogatório prolongou-se até as primeiras horas da manhã, resultando na imposição de detenção administrativa aos oito cristãos presentes, incluindo duas crianças.
A Igreja Reformada Fuyang Maizhong é conhecida por sua postura independente em relação ao governo chinês, recusando-se a aderir à Igreja das Três Autonomias e mantendo-se como uma igreja doméstica. A persistência da igreja em suas práticas religiosas tem sido alvo de repressão crescente por parte das autoridades, como evidenciado por essa recente operação policial e as detenções resultantes.