No mais recente episódio da perseguição religiosa na China, destaca-se a vitória e resiliência do Pastor John Cao, que, após sete anos de detenção arbitrária, foi finalmente libertado no dia 3 de março. A história revela não apenas a tenacidade do líder religioso, mas também as adversidades enfrentadas por aqueles que lutam pela liberdade de expressão e prática religiosa no país.
John Cao, residente permanente da Carolina do Norte e casado com uma cidadã americana, dedicou sua vida como missionário no Estado de Wa, em Mianmar. Seu trabalho humanitário transcendia fronteiras, impactando positivamente mais de 2.000 crianças minoritárias e pobres. Cao foi responsável pela construção de 16 escolas e desempenhou um papel crucial no combate à pobreza na região.
A prisão de John Cao
A perseguição religiosa na China encontrou Cao atravessando repetidamente a fronteira entre a China e Mianmar para realizar seu trabalho missionário. Embora as autoridades chinesas estivessem cientes de suas atividades por três anos, em 5 de março de 2017, Cao e sua colega, Jing Ruxia, foram abruptamente detidos por autoridades da província de Yunnan. Inicialmente acusados de atravessar ilegalmente a fronteira, eles foram posteriormente acusados de “organizar travessias ilegais de fronteira”, levando à condenação de Cao a sete anos de prisão em março de 2018.
A detenção de Cao foi considerada arbitrária pelo Grupo de Trabalho das Nações Unidas sobre Detenção Arbitrária em setembro de 2019. O apelo para sua libertação imediata ecoou internacionalmente.
Durante seus sete anos de prisão em Kunming, John Cao permaneceu firme em sua fé, uma narrativa de resiliência diante da adversidade. Desde 2021, ele expressa seus pensamentos e sentimentos por meio de poesias, refletindo sobre sua prisão, sua missão de construir escolas, sua família e, acima de tudo, sua fé inabalável.
A libertação de Pastor John Cao serve como um lembrete da necessidade contínua de defesa da liberdade religiosa em contextos desafiadores e destaca a coragem daqueles que enfrentam perseguição em busca de um mundo mais justo e tolerante.