Os protestos de agricultores na Europa ganham força, com 11 países registrando paralizações significativas. Na capital italiana, Roma, mais de 500 produtores rurais saíram às ruas em um protesto multifacetado. Suas demandas incluem críticas à regulamentação ambiental considerada rigorosa, o alto custo do diesel utilizado em máquinas agrícolas e a insatisfação com o distanciamento do acordo comercial com o Mercosul.
Os manifestantes expressam sua preocupação não apenas com questões específicas do setor, como o preço do combustível e regulamentações ambientais, mas também se opõem ao acordo comercial que tem se mostrado cada vez mais incerto. A mensagem central, evidenciada em faixas durante a marcha de tratores, ressalta a importância dos produtores rurais para a segurança alimentar, proclamando: ‘sem produtores, sem comida, sem futuro’.
A resistência dos agricultores não se limita à capital italiana; os atos isolados devem ganhar intensidade na próxima semana, quando entidades rurais italianas planejam um calendário de manifestações. As marchas de tratores estão programadas para percorrer Benevento em direção ao Vale Telesina, importante região vitivinícola italiana. A pressão sobre o governo de Giorgia Meloni também se estende a Abruzzo, especificamente em Castel Di Sangro, reconhecido por sua produção de uvas para vinho. Uma das demandas locais é o fim da desoneração do imposto de renda para agricultores, uma política em vigor desde 2017.
O cerco de protestos na Itália reflete uma tendência que se espalha por toda a Europa. Na Suíça, agricultores levaram tratores até Genebra para expressar seu descontentamento com os altos custos de produção e os preços baixos recebidos por sua produção. Os manifestantes, reunidos pela União dos Agricultores de Genebra Uniterre, denunciam a imposição de preços injustos pelos principais distribuidores suíços e exigem maior transparência nos processos de comercialização de alimentos.
A convergência desses protestos evidencia a insatisfação generalizada entre os agricultores europeus, que buscam não apenas melhorias nas condições específicas do setor, mas também uma abordagem mais justa e transparente nas transações comerciais que afetam diretamente suas atividades.