Abordaremos um assunto polêmico e que sempre foi motivo de debate entre religiosos e teólogos: o que a Bíblia fala sobre o consumo de bebidas alcoólicas? A interpretação desses textos pode variar bastante, mas tentaremos analisar os versículos de forma objetiva, buscando compreender a mensagem que se esconde por trás dessas antigas palavras.
A Bíblia nos traz diversas passagens que mencionam a bebida, em especial o vinho, não apenas como algo comum no cotidiano das pessoas da época, mas também como elemento simbólico em diversas celebrações e rituais religiosos. No entanto, as escrituras fazem advertências sobre os possíveis perigos do consumo excessivo de álcool.
Como a bebida alcoólica é tratada na Bíblia?
Em Provérbios 20:1, a Bíblia se posiciona claramente sobre os perigos do consumo de bebida alcoólica. O texto diz “O vinho é escarnecedor, e a bebida forte alvoroçadora; e todo aquele que neles errar não é sábio”. A palavra “escarnecedor”, talvez possa ser interpretada como uma referência à perda de discernimento e da razão que pode acompanhar a embriaguez.
Dentro da mesma linha de pensamento, encontramos em Efésios 5:18: “E não vos embriagueis com vinho, no qual há devassidão, mas enchei-vos do Espírito”. Essa passagem novamente alerta contra a embriaguez e a perda de controle, ao passo que convida o leitor a se “encher” do Espírito Santo.
Por que a Bíblia desencoraja o consumo exagerado de álcool?
O livro sagrado dos cristãos traz várias razões para desaconselhar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas. Uma delas é o fato de que o álcool em demasia pode prejudicar a capacidade de raciocínio e o bom senso (Provérbios 23:29-35). Portanto, quem está embriagado não consegue obedecer ao mandamento de apresentar o corpo como um “sacrifício vivo, santo e aceitável a Deus”, segundo os ensinamentos dos apóstolos Paulo e Tito (Romanos 12:1; 1 Timóteo 3:8; Tito 2:2, 3).
Por que os líderes não deveriam consumir bebidas alcoólicas?
Outro versículo, Provérbios 31:4-5, menciona especificamente que os reis e governantes não devem beber vinho ou qualquer bebida forte. O texto diz: “Não é dos reis, ó Lemuel, não é dos reis beber vinho, nem dos príncipes desejar bebida forte; para que não bebam, e se esqueçam da lei, e pervertam o direito de quem anda aflito”. O potencial dessas bebidas de alterar o julgamento e a razão parece ser a principal preocupação expressa nestas palavras.
Quais os efeitos do consumo exagerado de álcool?
Por outro lado, a Bíblia também relata as consequências negativas do consumo exagerado de bebida alcoólica. Por exemplo, Provérbios 23:20-21 adverte: “Não estejas entre os beberrões de vinho, nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência cobrirá de trapos o homem”.
Resumindo, a Bíblia oferece uma visão equilibrada sobre o consumo de bebidas alcoólicas, não condenando o seu uso moderado e apropriado, mas advertindo sobre os perigos de seu abuso. A mensagem final parece ser de moderação e de valorização da sobriedade como uma virtude.