O crescente número de satélites Starlink, lançados pela SpaceX, tem gerado preocupações na comunidade científica mundial. A iniciativa, que busca fornecer internet em áreas remotas, atrapalha observações astronômicas cruciais.
Com milhares de satélites em órbita, reflete a luz solar e interfere em observações telescópicas. Este fenômeno compromete imagens indispensáveis para a evolução da ciência espacial.
Atualmente, a constelação Starlink da SpaceX inclui 7.760 satélites em órbita, com planos de expandir para 12.000, podendo chegar a 34.400. Sinais espúrios emitidos por esses satélites geram interferência em frequências reservadas para fins científicos.
Em 2025, um estudo australiano identificou emissões indesejadas em frequências protegidas, incluindo faixas de 73,00 a 74,60 MHz e 150,05 a 153,00 MHz.
Desafios da interferência frequencial
Os sinais não autorizados e as emissões de rádio dos satélites Starlink representam um grande desafio. Mesmo quando inativos, continuam emitindo ondas de rádio, complicando a radioastronomia. A falta de regulamentação internacional rigorosa torna a situação ainda mais preocupante.
Segundo especialistas, embora a SpaceX não infrinja diretamente normas existentes, a lacuna regulatória aponta para a necessidade de diretrizes mais rígidas para controlar essas emissões. A União Internacional de Telecomunicações protege algumas frequências, mas a aplicação eficaz delas é crucial para evitar prejuízos à pesquisa científica.
Iniciativas da SpaceX
Em resposta às preocupações científicas, a SpaceX iniciou diálogo com a comunidade acadêmica. Testes com designs menos reflexivos e posicionamento em órbitas mais baixas já trouxeram alguma redução na interferência visível.
Em 2020, estudos mostraram uma diminuição de 50% no brilho de satélites tratados, mas a interferência em frequências radioastronômicas continua sendo um problema.