O novilho precoce é um bovino abatido com idade máxima de até 30 meses, diferenciando-se dos sistemas tradicionais onde os animais são abatidos geralmente com mais de 36 meses. Esse conceito surgiu como resposta à demanda do mercado por carne de melhor qualidade, mais macia e suculenta, além de promover uma série de benefícios tanto para os produtores quanto para os consumidores.
Para alcançar essa precocidade, diversas técnicas são empregadas. Uma delas é o melhoramento genético, que inclui a seleção e o cruzamento de raças que apresentam um desenvolvimento mais rápido. Além disso, o manejo nutricional é crucial. Os bezerros, por exemplo, são desmamados entre seis e sete meses de idade com um peso mínimo de 180 kg, sendo suplementados adequadamente durante períodos de escassez de pastagem. Práticas como o “creep-feeding”, onde os bezerros são alimentados separadamente das vacas, ajudam a garantir que eles alcancem o peso necessário para uma desmama eficaz.
Alimentação contínua
A suplementação alimentar é contínua, especialmente durante a primeira seca, garantindo que os bezerros mantenham um bom ritmo de crescimento. Esse manejo permite que os animais cheguem aos 24-26 meses com um peso entre 450-470 kg, prontos para o abate. Em alguns casos, se o produtor optar pelo semi-confinamento, os animais podem alcançar esses pesos até antes dos dois anos.
Os benefícios do novilho precoce são amplos. Para os produtores, há um aumento na eficiência e produtividade, além de incentivos fiscais, como a redução do ICMS em algumas regiões. Os frigoríficos também recompensam esses produtores com bonificações por animais abatidos até os 30 meses de idade. Para o consumidor, a principal vantagem é a qualidade superior da carne, que se destaca pela maciez e suculência, características muito valorizadas no mercado atual.
Esse sistema de produção, além de atender às exigências de um mercado cada vez mais exigente, também possibilita uma maior rotação de pastagens e um melhor uso dos recursos naturais. Com a assistência técnica adequada, como demonstrado pelo exemplo de produtores que adotaram essas práticas, é possível obter significativos aumentos na produtividade e qualidade do rebanho, promovendo um ciclo mais sustentável e lucrativo para todos os envolvidos na cadeia de produção.