A possível suplementação de verba para o custeio agropecuário não é vista como uma solução completa para a crise enfrentada pelo setor de grãos, conforme ressalta o presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva da Soja, André Dobashi. Segundo ele, a crise não se resume apenas à quebra de safra, mas também se manifesta como uma crise financeira, caracterizada por dívidas de investimento e custeio.
Diante desse cenário desafiador, a Câmara Setorial enviou um ofício ao Ministério da Agricultura, solicitando medidas adicionais para auxiliar os produtores afetados pelas perdas na safra. Entre essas medidas, estão a criação de uma linha de capital de giro e o alongamento dos prazos dos financiamentos contratados na safra 2023/24.
André Dobashi explica que o pedido inclui a prorrogação por seis meses das operações de custeio com vencimento no período atual, além da extensão das operações de investimento para pagamento no último ano. Essas demandas foram discutidas e articuladas em uma reunião mensal da Câmara, envolvendo diversas entidades setoriais estaduais.
Ao apresentar essas demandas ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, Dobashi recebeu a garantia de que as providências seriam tomadas. Fávaro se comprometeu a estudar a demanda com celeridade, visando estabelecer um plano de soluções para o setor.
Nas redes sociais, o ministro afirmou ter recebido um diagnóstico detalhado do setor, destacando problemas como quebra de produção devido às condições climáticas adversas, além da falta de renda causada pelos preços baixos e pelas dívidas de investimentos dos produtores. Fávaro assegurou que o governo está empenhado em trabalhar em conjunto com o setor, ouvindo suas necessidades e buscando soluções estruturantes para enfrentar a crise.