Um estudo recente realizado pelo Centro de Pesquisa Cultural da Universidade Cristã do Arizona, nos Estados Unidos, revelou um cenário intrigante e inesperado com relação às práticas de fé entre pré-adolescentes. O levantamento mostrou que a maioria desses jovens não aceita ou pratica as crenças fundamentais relacionadas à cosmovisão bíblica.
A pesquisa, realizada em 2022, envolveu uma amostra composta por 400 pré-adolescentes, de 8 a 12 anos de idade. Através de questionários detalhados, buscou-se um melhor entendimento sobre a relação desta faixa etária com o que são denominados como “Sete Pedras Angulares de uma Cosmovisão Bíblica”. Os resultados surpreenderam, apontando que apenas 3% dos respondentes adotam todos esses sete pontos de vista fundamental.
O que são as Sete Pedras Angulares?
As Sete Pedras Angulares são crenças consideradas fundamentais para a formação da cosmovisão bíblica. Esse conceito, desenvolvido pelo pesquisador George Barna, inclui devoções como a crença na existência de Deus; reconhecimento do pecado e busca pelo perdão divino através de Jesus Cristo; confiança na total veracidade da Bíblia; compreensão completa de bem e mal baseada no referido livro sagrado; e a percepção do sucesso como a prática consistente do que a Bíblia ensina.
No universo pesquisado, a maioria dos pré-adolescentes, 69%, acredita na existência de Deus. No entanto, as demais crenças têm uma aceitação significativamente menor. Menos da metade dos entrevistados concorda com a segunda, terceira e quarta crenças. E apenas uma pequena fração, 25% a 17%, concorda com os restantes pilares.
Por que a baixa aceitação das Sete Pedras Angulares entre pré-adolescentes?
A pesquisa não oferece uma resposta definitiva para essa questão. No entanto, os dados coletados indicam um alto nível de consciência entre os pré-adolescentes sobre conceitos espirituais como céu e inferno. O autor da pesquisa, George Barna, realça que a formação de uma visão de mundo bíblica eficaz requer práticas consistentes e um compromisso ativo de influenciadores, como pais, avós, professores e mentores.
George Barna enfatiza que qualquer pessoa pode contribuir para essa formação, desde que esteja disposta a se comprometer com a tarefa e implementar um plano de ensino regular. O pesquisador também adverte que a falta de ações consistentes nesse sentido pode levar ao sincretismo, com uma mescla de convicções derivadas de diferentes visões do mundo.
Em suma, os resultados da pesquisa trazem à tona a relevância e o desafio dos adultos em exercer um papel ativo na transmissão de crenças e valores para as novas gerações, especialmente em um mundo cada vez mais plural e multifacetado em termos de visões de mundo e espiritualidade.