A bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), o astronauta Andreas Mogensen, da Agência Espacial Europeia (ESA), registrou um fenômeno raramente visto da Terra: a deriva de icebergs no Oceano Atlântico. Compartilhando imagens no dia 3 de dezembro, Mogensen destacou a visibilidade surpreendente desses icebergs a olho nu do espaço.
Ao descrever sua surpresa, o astronauta ressaltou a geometria distinta e o contraste de cor desses gigantes de gelo, tornando-os facilmente perceptíveis. Mogensen não hesitou em relacionar a presença dos icebergs às mudanças climáticas, expressando preocupação com o derretimento acelerado das geleiras e o aumento do nível do mar.
A constatação do astronauta serve como um alerta para as consequências iminentes das mudanças climáticas, destacando a possível submersão de regiões costeiras, como as Maldivas, em um futuro próximo. O registro visual da ISS fornece uma perspectiva única sobre a extensão e a magnitude desses blocos de gelo à deriva no Atlântico Sul.
As imagens capturadas revelam não apenas icebergs maiores, mas também vários fragmentos que se desprendem à medida que viajam pelo oceano. A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) define icebergs com uma altura superior a 4,88 metros acima do nível do mar, espessura de 30 a 50 metros e cobertura de pelo menos 500 m².
Além do registro feito pela ISS, o satélite Copernicus Sentinel-1 flagrou, entre os dias 2 e 26 de novembro de 2023, o maior iceberg do mundo, A23a, girando e se deslocando. Com aproximadamente 4 mil km² e uma espessura de cerca de 400 metros, o iceberg acelerou significativamente, afastando-se rapidamente das águas da Antártica, conforme observado pela ESA.
Esses registros espaciais não apenas evidenciam a beleza impressionante dos icebergs, mas também alertam para as transformações críticas em andamento nos ecossistemas polar e marítimo, destacando a urgência de ações para enfrentar as mudanças climáticas e suas ramificações globais.