Sem saque-aniversário: Seu FGTS vai render mais? Tire suas dúvidas

Será encaminhado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional em novembro, após as eleições municipais, um projeto para acabar com o saque-aniversário do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 

De acordo com o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovou o fim da modalidade e a proposta promete mudanças significativas para empregados do setor privado.

São mais de quatro anos desde a implementação do saque-aniversário. Segundo dados oficiais, mais de nove milhões de trabalhadores que optaram por essa forma de saque não puderam receber o valor total do fundo, totalizando R$ 5 bilhões bloqueados. O governo agora busca novas alternativas para facilitar o acesso ao crédito.

Por que o saque-aniversário pode acabar?

A principal razão para o fim do saque-aniversário está na sua eficácia limitada. Muitos trabalhadores que optaram por essa modalidade se viram impossibilitados de resgatar o valor integral em situações de necessidade, como demissão. Além disso, novas formas de crédito estão sendo estudadas para substituir o saque-aniversário, oferecendo mais vantagens ao trabalhador.

A nova proposta inclui a ampliação do crédito consignado, uma modalidade onde os descontos são realizados diretamente na folha de pagamento. Segundo Marinho, este novo formato permitirá uma maior segurança para esses trabalhadores.

Como funcionará o novo formato de crédito consignado?

O novo crédito consignado permitirá um acesso mais simples e unificado aos bancos. Até então, empresas precisam firmar convênios específicos com cada banco, uma prática que complica o processo especialmente para pequenas e médias empresas.

Com a nova proposta, haverá uma plataforma onde todos os bancos que oferecem consignados estarão reunidos, facilitando a escolha e contratação do crédito pelo trabalhador.

Com o fim do saque-aniversário, o FGTS renderá mais?

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) deliberou sobre a alteração na forma de correção das contas do Fundo.

A correção anteriormente era baseada na Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano. Esse índice, muitas vezes, ficava abaixo da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Nos últimos anos, houve também a distribuição de parte dos lucros do Fundo aos trabalhadores, proporcionando um ganho maior.

Conforme definido pelos ministros do Supremo, o cálculo atual de correção do FGTS, que inclui juros de 3% ao ano e o acréscimo de distribuição de lucros do fundo, além da correção pela TR, deverá somar-se ao IPCA para garantir a correção real.

Embora a correção pela inflação não necessariamente represente um aumento no salário, ela garante que o saldo no FGTS não perca valor em momentos de alta inflação e nem mesmo com o possível fim do saque-aniversário.

Como os parlamentares estão reagindo ao fim do saque?

Desde o início da gestão Lula, Luiz Marinho buscou apoio para o fim do saque-aniversário. No entanto, há resistências. Muitos parlamentares estão preocupados com a possibilidade de juros mais altos no novo crédito consignado em comparação aos empréstimos convencionais atrelados ao saque-aniversário atual.

Por fim, os diálogos entre governo e parlamentares continuarão com o objetivo de encontrar um consenso. Segundo Marinho, é essencial convencer as lideranças políticas da viabilidade e superioridade da nova proposta.

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