O Santo do dia 06/02, celebramos a vida e a santidade de um dos mais notáveis membros da comunhão dos santos: São Paulo Miki. Quem é o santo do dia e qual é a sua história? Neste texto jornalístico, mergulharemos nas páginas da vida e na devoção desse santo ou santa, cujo legado continua a iluminar o caminho da fé para milhões ao redor do mundo. Acompanhe-nos nesta jornada de descoberta e inspiração, enquanto exploramos os feitos e a espiritualidade que tornam São Paulo Miki digno de ser lembrado e celebrado neste dia especial.
São Paulo Míki: O Primeiro Mártir de Origem Japonesa
São Paulo Míki é uma figura histórica de grande relevância no contexto religioso japonês e internacional. Ele foi o primeiro mártir e o primeiro religioso de origem japonesa. Seu testemunho de fé e serviço, bem como seu sacrifício final, servem como inspiração para cristãos em todo o mundo.
Sua história é fascinante. São Paulo Míki recebeu sua formação religiosa da família, que tinha sido evangelizada pelo renomado São Francisco Xavier. Embora deseja-se ser sacerdote, devido à ausência de um bispo local, ele não conseguiu ser ordenado. Entretanto, isso não o impediu de realizar um profundo trabalho de evangelização e diálogo com os budistas, viajando por todo o Japão.
Por que São Paulo Míki é tão reverenciado?
O seu martírio é um momento importante em sua história. No ano de 1596, Shogun Hideyoshi, um líder militar e samurai, iniciou perseguições contra os cristãos devido a conflitos entre ordens missionárias e comportamento inapropriado de cristãos estrangeiros. São Paulo Míki e mais 26 indivíduos, incluindo jesuítas, franciscanos e leigos convertidos, foram presos e, eventualmente, crucificados no monte Tateyama em Nagasaki, em 5 de fevereiro de 1597. Mesmo na face da morte, São Paulo Míki proclamou a fé, perdoou seus inimigos e seguiu o exemplo de Cristo.
Seus contributos para a fé católica no Japão são imensuráveis. Hoje, São Paulo Míki e seus companheiros mártires são considerados padroeiros do Japão, ao lado de São Francisco Xavier.
Quem foram os companheiros de Paulo Miki?
Acompanhando Paulo Miki em seu calvário estavam seus vinte e cinco companheiros, todos compartilhando o mesmo destino. Alguns deles eram jovens, como Tomás Cozaki que tinha apenas quatorze anos; Antônio, treze anos e Luis Ibaraki com só onze anos. Mas a jovem idade não lhes privou da coragem. Todos abraçaram suas cruzes com tanta coragem quanto o próprio Miki. Após sua execução, eles foram canonizados juntos pelo Papa Pio IX em 1862.
Mesmo depois de suas mortes, a fé dos mártires permaneceu inabalável. A comunidade cristã foi forçada a se esconder para se proteger da perseguição violenta, mas sua fé nunca vacilou. Anos mais tarde, quando o Japão reabriu suas portas para o Ocidente, a Igreja voltou a ser reconstruída, e a fé inicialmente semeada por figuras como Paulo Miki continuou a florescer.
Qual é o legado de São Paulo Míki?
A canonização de São Paulo Míki e seus companheiros ocorreu no dia 8 de junho de 1627, pelo Papa Pio IX. As narrativas de seu martírio foram documentadas em um livro, cuja leitura inspirou o trabalho missionário de Daniel Comboni, uma importante figura da igreja na “África”.
Em uma ocasião, o Papa Bento XVI expressou sua admiração por São Paulo Míki: “Os relatos sobre o martírio dos primeiros cristãos japoneses assemelham-se de maneira surpreendente ao que sabemos sobre as testemunhas da fé da Igreja primitiva.” O Papa notou a ausência de fanatismo e de qualquer sinal de ódio ou dúvida em relação à sua fé.
Hoje, o legado de São Paulo Míki vive não apenas nas tradições e na devoção a ele, mas também em lugares tangíveis, como o museu dedicado aos mártires na cidade de Nagasaki. Um dos itens mais notáveis neste museu é um livro de Luís Fróis, que relata o martírio dos 26 cristãos. Ao lado do museu, encontra-se a catedral de Õura, patrimônio do Tesouro Nacional do Japão e uma das igrejas mais antigas do país.