Carlos Alberto Moresco, aos 49 anos, é um exemplo de sucesso na produção de algodão no Brasil. Com uma trajetória que iniciou na agricultura aos 7 anos, ele se tornou um destacado produtor de algodão no Cerrado brasileiro, após uma jornada de experiência e aprendizado. O entusiasmo de Moresco pelo algodão reflete uma tendência crescente na agricultura brasileira, que agora está a ponto de conquistar a terceira posição no ranking mundial de produção, ficando atrás apenas de China e Índia.
As projeções indicam que o Brasil está prestes a superar a produção dos Estados Unidos, com estimativas da Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) e do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevendo uma produção de 3,1 milhões a 3,37 milhões de toneladas de pluma de algodão. Esse possível avanço coloca os brasileiros em uma posição de destaque no mercado global, competindo diretamente com os americanos nas exportações.
A expansão do cultivo de algodão tem sido uma realidade em todos os Estados brasileiros com vocação agrícola, com a área total de cultivo estimada em 1,7 milhão de hectares, a maior em 22 anos. Mato Grosso, o maior produtor nacional, lidera esse cenário, enquanto outros estados, como Bahia, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais, também aumentam suas apostas na cultura da pluma.
Ainda que o preço internacional do algodão tenha sofrido quedas, a perspectiva de uma oferta robusta e os esforços na promoção de boas práticas agrícolas têm impulsionado a expansão do cultivo no país. A Ásia, em especial, continua sendo um grande consumidor do algodão brasileiro, com oportunidades de negócios até mesmo em países como a Índia, segundo Alexandre Schenkel, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).
Para garantir a qualidade e sustentabilidade da produção, o Brasil aposta em programas de certificação, como a Better Cotton Initiative (BCI) e a Algodão Brasileiro Responsável (ABR). Além disso, a expectativa é de crescimento orgânico na demanda global por algodão em 2024, oferecendo perspectivas otimistas para os produtores brasileiros.
Entretanto, diante do fenômeno El Niño, que pode resultar no encerramento precoce da temporada de chuvas, é essencial que os agricultores estejam atentos ao timing do plantio do algodão na safra 2023/2024. O sucesso da safra dependerá do manejo adequado do cultivo, levando em consideração as condições climáticas adversas.