Em 1 Coríntios 7:10-11, é orientado que: “Aos casados dou este mandamento, não eu, mas o Senhor: Que a esposa não se separe do seu marido. Mas, se o fizer, que permaneça sem se casar ou, então, reconcilie-se com o seu marido. E o marido não se divorcie da sua mulher”. Aqui fica clara a busca de Deus pela reconciliação dos casais.
Não são apenas as palavras, mas também os atos, que demonstram o amor e o compromisso no casamento cristão. As responsabilidades conjugais devem ser cumpridas e o leito conjugal conservado puro (Hebreus 13:4). Certamente, é um desafio constante manter o equilíbrio em um casamento. Entretanto, quando visto sob a ótica divina, o casamento assume sua verdadeira relevância como uma poderosa união abençoada por Deus.
Quando deus permite o divórcio
Apesar do desígnio divino pelo casamento imperdível, a Bíblia reconhece a natureza pecaminosa humana, resultante do pecado original. Assim, Deus permite o divórcio em duas circunstâncias peculiares: a infidelidade de um dos cônjuges e o abandono do cônjuge crente pelo cônjuge descrente. Nessas hipóteses, o cônjuge crente ficaria livre para contrair novo matrimônio, conforme ensinamentos encontrados em Mateus (19:9) e I Coríntios (7:15), respectivamente.
1ª Cláusula de Exceção: Infidelidade Conjugal
O ensinamento de Jesus sobre o divórcio no Novo Testamento, pode ser encontrado nos três evangelhos sinópticos: Mateus, Marcos e Lucas. Jesus defende firmemente a indissolubilidade do casamento, destacando que o divórcio é permitido apenas em casos de infidelidade.
O Divórcio na Época de Jesus
Durante o tempo de Jesus, o novo casamento era amplamente aceito após o divórcio. A sociedade judaica referenciava o texto de Deuteronômio 24:1-4 para legitimar o divórcio, o que gerou muito debate. A situação tornou-se ainda mais complexa quando os fariseus confrontaram Jesus sobre o divórcio, levando a uma tensa discussão.
Qual a Consistência de Divórcio Segundo a Bíblia?
Ao confrontar os fariseus, Jesus reafirmou a indissolubilidade do casamento citando Gênesis 1:27 e 2:24. Quando indagado pelos fariseus sobre a legitimidade do divórcio, Jesus declarou que a dureza do coração humano levou à permissão do divórcio. No entanto, deixou claro que a única razão válida para uma separação é a imoralidade sexual de uma das partes.
2ª Cláusula de Exceção: Abandono do Cônjuge Descrente
O apóstolo Paulo cria uma outra possibilidade para o divórcio em suas orientações para a igreja em Corinto, estabelecendo o abandono do cônjuge descrente como motivo válido. No entanto, ele especifica que o crente não deve instigar o conflito ou buscar a separação.
Permissividade do Novo Casamento Pós-Divórcio
As discussões em torno da permissividade do novo casamento para um cônjuge divorciado são ainda mais polêmicas do que as do próprio divórcio. As igrejas tendem a adotar uma das três posições principais: proíbem completamente o novo casamento, permitem apenas para a parte inocente ou permitem para ambas as partes.
3ª Cláusula de Exceção: A violência no casamento
Um casamento em que há violência, seja ela física ou psicológica, claramente desobedece os princípios bíblicos que orientam o casal a cuidar e respeitar um ao outro. Em casos de perigo iminente, sem arrependimento do agressor, a separação torna-se uma alternativa necessária e legítima. Sobretudo quando há crianças envolvidas, permanecer em um ambiente violento pode causar danos irreparáveis. Buscar auxílio de pastores, aconselhamento com profissionais e inclusive suporte legal são recursos disponíveis e recomendados.