No mundo dos negócios e da economia, compreender o mercado do café é uma tarefa indispensável para os investidores e demais envolvidos no segmento.
Com oscilações decorrentes de fatores climáticos, mudanças nos hábitos de consumo, da Covid-19 e da Guerra entre Rússia e Ucrânia, é crucial acompanhar de perto seus desdobramentos na economia global. Pensando nisso, trazemos neste artigo uma análise detalhada sobre a previsão do preço do café para 2024.
Os desafios da safra e as projeções do mercado
A safra do café vivencia um período de incertezas. O estoque excedente, herdado das safras passadas, desequilibra a balança da oferta e demanda. Projeções da agência Reuters apontam que a próxima safra de café do Brasil some 67,1 milhões de sacas de 60 kg, uma perspectiva maior do que a safra de 2022/2023, que girava em torno de 61,5 milhões.
No Vietnã, grande produtor do grão, as expectativas também são elevadas. A combinação de uma safra generosa com uma demanda em declínio, conforme sugerem os estudos, pode ocasionar um excedente global de café, fato que invariavelmente afeta os preços.
Qual será a demanda do café em 2024?
Estimativas do banco Rabobank sugerem que a demanda global de café na temporada 2023/2024 deve ser de 173,2 milhões de sacas. Entretanto, as oscilações da economia têm deixado o ritmo desse mercado um pouco mais lento.
Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), até abril de 2023, foram exportadas cerca de 11,097 milhões de sacas. A queda, comparada ao mesmo período no ano anterior, é de quase 20%.
Os dados de embarques de café nacionais, que totalizam 2,722 milhões de sacas de 60 kg em abril (redução frente às 3,034 milhões de sacas em abril de 2022), constatam essa tendência de retração.
Esse fato, analisado pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), deve-se à resistência dos vendedores em negociar os preços atualmente praticados no mercado, optando por aguardar por aumentos mais expressivos.
O que se espera para os preços do café em 2024?
Durante 2023, o preço da saca do café arábica (variedade que compõe mais de 60% da produção nacional) oscilou bastante. Começou o ano promissor, mas em fevereiro apresentou uma queda.
As oscilações mantiveram-se estáveis ao longo do segundo bimestre, com o preço da saca rondando R$ 1.100. Sozinha, essa análise não permite uma estimativa segura acerca dos preços para 2024. Contudo, é fundamental considerar o impacto das variações decorrentes de fatores como o clima e as condições de mercado, que podem alterar as projeções em tempo real.
Estudiosos do segmento sugerem que, caso a produção seja maior que a demanda, os preços podem sofrer quedas ao longo do próximo ano, posição também apoiada pela pesquisa da Reuters, que projeta uma queda anual de 12% nos preços do café arábica em 2023.
O que define o preço do café?
Elementos como clima, oferta e demanda, inflação, custos de produção e câmbio são alguns dos principais responsáveis pela definição dos preços do café. Os fatores climáticos, por exemplo, são cruciais para determinar a produção e a qualidade do café, impactando diretamente os preços.
Nesse sentido, eventos climáticos extremos, como secas ou chuvas volumosas, podem exercer influência expressiva. Na relação entre oferta e demanda, um cenário de produção alta com demanda em queda pode resultar em preços mais baixos.
A questão inflacionária não fica atrás em relevância. A título de exemplo, em 2022, o café experimentou um aumento de 67% pela inflação no Brasil. Sabendo disso, é fácil entender que a previsão do preço do café para 2024 reveste-se de uma complexidade que exige constante estudo e atualização.
Resta-nos acompanhar os próximos desdobramentos do café no mercado e buscar sempre a informação qualificada para tomar as melhores decisões.