Em Mato Grosso, a cotação do bezerro de corte que pesa 7 arrobas vem enfrentando uma queda considerável em seus preços nos últimos meses. Segundo relatório semanal do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), no dia 25 de agosto, o valor chegou a R$ 1.831,73 por cabeça.
Isso representa uma diminuição de 19,52%, comparado à cotação em janeiro do mesmo ano. Este nível de preços só havia sido observado em agosto de 2020, quando a média mensal nominal era de R$ 1.883,87 por cabeça.
De acordo com o Imea, a expressiva desvalorização é devida ao aumento da oferta de animais de reposição no mercado. “Com a grande oferta, as cotações do bezerro de ano retornam para os patamares de 2020”, afirma o instituto. Além disso, acrescenta que a queda de quase 20% nos preços apenas neste ano “é a maior desvalorização já registrada para o período (janeiro a agosto)”.
Como os pecuaristas estão lidando com a queda no preço do bezerro?
Diante da queda do preço do bezerro, os pecuaristas têm intensificado o abate de matrizes para gerar caixa- desde que a margem do criador está sendo reduzida pela diminuição nos preços do gado de reposição. Segundo o Imea, esse comportamento resultou no abate de 1,69 milhão de cabeças de fêmeas entre janeiro e julho de 2023, um volume que é 34,98% maior que o mesmo período em 2022.
Quão sério é o impacto dessa variação nos preços?
Essa tendência representa um impacto significativo para os pecuaristas mato-grossenses. A queda dos preços está diminuindo a lucratividade dos produtores e, ao mesmo tempo, impulsionando um aumento nos abates de fêmeas para compensar os prejuízos.
Quais são as perspectivas para o futuro da pecuária em Mato Grosso?
O Imea indica que, mesmo com a típica redução nos abates de fêmeas durante o segundo semestre, a necessidade de enviar matrizes para a indústria deve se manter até que a produção bovina apresente melhores margens de lucro. Isso significa que a pecuária no estado pode enfrentar tempos difícies, até que o preço do bezerro de corte comece a se recuperar.