A soja enfrenta uma persistente trajetória de queda nos preços desde 2023, e acentua-se a situação com uma redução de 30% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo análises do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). Em fevereiro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa – Paranaguá registrou uma média de R$ 117,64/sc de 60 kg, marcando uma diminuição de 7,3% em relação ao mês anterior e um significativo declínio de 17,3% em comparação com fevereiro de 2023. Este valor representa o mais baixo desde abril de 2019, ajustado pelos dados reais do IGP-DI de janeiro de 2024.
O Indicador CEPEA/ESALQ – Paraná (PR) segue a mesma tendência, apresentando uma média de R$ 111,93/sc de 60 kg em fevereiro. Este valor indica uma queda de 7,6% em relação a janeiro de 2024, uma redução expressiva de 29,8% em comparação com fevereiro de 2023 e a menor média desde julho de 2019, em termos reais.
Essa contínua diminuição nos preços da soja tem impactos significativos na economia, afetando diretamente os produtores e o setor agrícola como um todo. A redução acentuada compromete a receita dos agricultores, impactando negativamente a rentabilidade e a capacidade de investimento no próximo ciclo de produção.
Diversos fatores contribuem para essa queda de preços, incluindo a expansão da produção global, condições climáticas favoráveis que impulsionam safras robustas e o contexto econômico global. A oferta ampliada, aliada a uma demanda menos aquecida, cria um cenário propício para a pressão baixista nos preços da soja.
O mercado, por sua vez, busca adaptar-se a essas condições desafiadoras, como evidenciado pelo aumento na liquidez doméstica na última semana. As negociações envolveram tanto a soja da safra atual (2023/24) quanto a projeção para a temporada 2024/25, com contratos a termo sendo firmados a valores superiores aos praticados no mercado à vista nacional.
Acompanharemos atentamente as nuances desse mercado, fornecendo atualizações sobre seu impacto nas esferas agrícolas e econômicas.