O deputado estadual Guto Zacarias (União-SP) submeteu uma notícia-crime ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) acusando o ex-deputado federal e ex-presidente do PT, José Genoino (PT-SP), de racismo. Segundo a denúncia, Genoino teria incentivado o boicote a “empresas de judeus” e “empresas vinculadas ao estado de Israel”.
Ex-deputado acusado de racismo contra judeus
No documento apresentado por Guto Zacarias, o deputado estadual alega que Genoino cometeu atos de racismo contra judeus, infringindo a liberdade de crença e privando empresários judeus de seus direitos, conduta considerada inconstitucional.
A notícia-crime propõe a instauração de uma ação penal contra Genoino acusando-o de discriminação contra a comunidade judaica, em consonância com o artigo 20 da Lei Antirracismo. “O boicote defendido por Genoino afronta a liberdade de crença prevista na Convenção da ONU contra toda forma de discriminação; além disso, priva alguém (empresários judeus) de direitos por motivos de crença religiosa, infringindo a Constituição Federal”, afirmou Guto no documento oficial.
Polêmicas declarações durante transmissão ao vivo
As declarações de Genoino emergiram durante uma transmissão ao vivo no canal DCM TV, no YouTube. Na ocasião, o ex-deputado manifestou interesse em boicotar empresas específicas, mencionando diretamente a ideia de evitar negócios com empresas de judeus e com empresas ligadas a Israel.
Guto Zacarias reforçou que o Supremo Tribunal Federal (STF) reconhece os judeus como uma raça protegida pela Lei Antirracismo, referindo-se ao famoso caso Ellwanger. “O STF (Supremo Tribunal Federal) contempla, desde o Marcante caso Ellwanger (escritor gaúcho acusado de anti-semitismo), que os judeus são considerados uma raça e, portanto, estão amparados pela Lei Antirracismo”, destacou Zacarias.
Repúdio da comunidade judaica
A Conib (Confederação Israelita do Brasil) rejeitou enfaticamente a postura de Genoino, classificando-a como antissemita e alertando para os perigos históricos do boicote a judeus, invocando as medidas implementadas pelo regime nazista que resultaram no Holocausto. A Federação Israelita do Estado de São Paulo também criticou tal postura antissemita, pleiteando uma retratação e o repúdio por parte daqueles que defendem valores de paz e democracia.