Pesquisadores do Center of Excellence in Space Sciences India, localizado no IISER Kolkata, alcançaram uma significativa descoberta relacionada ao campo magnético solar e seu ciclo de manchas solares. Esta nova conexão entre o campo magnético do Sol e o ciclo de manchas solares oferece perspectivas promissoras para a previsão do pico da atividade solar. De acordo com o trabalho dos pesquisadores, o ciclo solar 25, o qual estamos atualmente vivenciando, está prestes a atingir sua intensidade máxima, prevista para ocorrer no próximo ano, em 2024.
O Sol, nossa estrela, é composto por plasma, um gás quente ionizado. Fluxos consideráveis de plasma e um extenso ciclo de convecção formam os campos magnéticos dentro do Sol, manifestando-se na superfície como manchas solares. Essas manchas, equiparáveis em tamanho à Terra, possuem um magnetismo intenso, cerca de 10 mil vezes mais forte que o campo magnético terrestre.
Por vezes, os campos magnéticos das manchas solares se rompem em eventos violentos, resultando em tempestades solares magnéticas, tais como flares e ejeções de massa coronal. Essas tempestades liberam radiação de alta energia e projetam quantidades substanciais de plasma magnetizado no espaço. As tempestades mais intensas podem causar danos consideráveis a satélites, sistemas elétricos e de comunicação quando direcionadas diretamente à Terra.
A história das observações solares remonta aos anos 1600, indicando uma variação periódica no número de manchas solares a cada aproximadamente 11 anos. Nesse período, a atividade solar atinge seu ápice, desencadeando perturbações significativas no ambiente espacial, conhecido como clima espacial. Apesar disso, prever o momento exato desse pico continua sendo um desafio considerável para os astrônomos.
O ciclo solar é resultado de um mecanismo de dínamo impulsionado pela energia do plasma no interior do Sol. Esse mecanismo gera dois componentes principais do campo magnético solar, um vinculado ao ciclo de manchas solares e o outro à reciclagem do campo solar bipolar de grande escala, semelhante ao campo magnético terrestre. A reversão dos polos magnéticos norte e sul ocorre em ambos os casos a cada 11 anos.
Em 1935, o astrônomo suíço Max Waldmeier identificou uma relação entre a taxa de surgimento do ciclo de manchas solares e sua intensidade. Ciclos mais intensos atingem o pico mais rapidamente. O estudo atual revela uma nova relação, denominada taxa de diminuição do campo bipolar magnético solar, correlacionada com a taxa de surgimento do atual ciclo de manchas solares.
A descoberta, baseada em décadas de dados de observatórios solares globais, complementa a teoria de Waldmeier, conectando as duas principais componentes do campo magnético solar. Os cientistas demonstraram como observar a taxa de diminuição do campo magnético bipolar do Sol, juntamente com as manchas solares, pode prever o pico de atividade do ciclo solar.
Para o ciclo solar 25, a análise indica que o pico de atividade provavelmente ocorrerá no início de 2024, com uma incerteza que permite considerar setembro de 2024 como limite. Essa descoberta abre uma nova janela para a previsão do pico de atividade solar, crucial devido à influência dessa intensa atividade no clima espacial. Esse clima espacial é vital, pois afeta satélites de diversas categorias, desempenhando um papel essencial em nossa vida cotidiana aqui na Terra.