PIB aumenta no último trimestre: o que significa para o seu bolso?
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou um crescimento de 1,4% no segundo trimestre de 2024, em comparação com os três primeiros meses do ano. Essa informação foi divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (3).
O dado superou a mediana das estimativas de 74 consultorias e bancos ouvidos pela reportagem do Valor, que previa uma alta de 0,9%, com projeções variando entre 0,4% e 1,5%.
Além disso, o resultado do segundo trimestre representa a maior expansão trimestral, na série com ajuste sazonal, desde o quarto trimestre de 2020, que teve um crescimento de 3,7%. Na comparação anual, o PIB teve uma expansão de 3,3%, superando a expectativa de 2,6% do mercado. As 74 projeções variavam de 1,3% a 3,2% de crescimento.
O IBGE revisou também o PIB do primeiro trimestre de 2024, que cresceu 1%, revisado de uma alta inicial de 0,8%. No acumulado dos quatro trimestres encerrados em junho deste ano, o PIB cresceu 2,5%, em relação ao total dos quatro trimestres anteriores.
Setores com desempenhos positivos e negativos
Pelo lado da oferta, a indústria teve um desempenho destacado, crescendo 1,8% no segundo trimestre de 2024 em comparação com o primeiro trimestre. Esse crescimento ultrapassou a expectativa de 0,7% apurada pelo Valor. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, a indústria avançou 3,9%, superando a previsão de 3,3%.
Além da indústria, o setor de serviços também teve uma expansão notável, crescendo 1% do primeiro para o segundo trimestre, acima da estimativa de 0,8%. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o setor de serviços teve uma elevação de 3,5%, superando a previsão de 2,7% e alcançando o maior avanço desde o quarto trimestre de 2022.
Por outro lado, a agropecuária apresentou desempenho negativo, com uma queda de 2,3% no segundo trimestre em relação aos três meses anteriores. Esse resultado foi um pouco pior do que a projeção mediana de recuo de 2%. No comparativo anual, a queda foi de 2,9%, também pior do que a expectativa de redução de 2,4%.
Demanda crescente e consumo das famílias
Pelo lado da demanda, o consumo das famílias subiu 1,3% do primeiro para o segundo trimestre de 2024, superando a expectativa de 0,9%. Esse foi o maior crescimento anual, de 4,9%, desde o segundo trimestre de 2022.
A demanda do governo também aumentou, com uma alta de 1,3% nos três meses até junho, comparado ao trimestre anterior. Esse crescimento foi o maior desde o terceiro trimestre de 2022.
Quanto à Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), que inclui investimentos em máquinas, construção civil e pesquisa, houve uma alta de 2,1% no segundo trimestre, também acima das expectativas.
Como foi o desempenho do setor externo?
No setor externo, as exportações de bens e serviços registraram uma alta de 1,4% no segundo trimestre de 2024, em comparação com o trimestre anterior. Embora o resultado tenha ficado abaixo da mediana das projeções de 2%, em relação ao segundo trimestre de 2023, as exportações tiveram um avanço de 4,5%.
As importações, por outro lado, subiram 7,6% entre abril e junho, superando a expectativa de 7,5%. Em relação ao mesmo período do ano anterior, o crescimento foi de 14,8%, o melhor desempenho neste comparativo desde o terceiro trimestre de 2021.
Com esses resultados, o PIB brasileiro demonstra um cenário mais positivo do que o esperado por analistas, com setores como a indústria e o consumo das famílias puxando o crescimento. Já a agropecuária e exportações apresentaram desafios, mas o panorama geral permanece otimista.