O Brasil é conhecido por sua rica diversidade cultural e étnica, um reflexo de sua história de colonização e imigração. Recentemente, uma pesquisa inovadora realizada por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) revelou um panorama detalhado do DNA brasileiro, destacando a complexidade e a diversidade genética do país.
Este estudo, considerado o maior de seu tipo na história do Brasil, foi publicado na renomada revista “Science” e oferece insights valiosos sobre a composição genética da população brasileira.
Os resultados do estudo indicam que, geneticamente, o Brasil possui uma ancestralidade composta por 60% de origem europeia, 27% africana e 13% indígena. Esta distribuição varia significativamente entre as regiões do país, com a ancestralidade europeia predominando no Sul e Sudeste, a africana no Nordeste, e a indígena no Norte e Centro-Oeste.
Como foi realizada a pesquisa genética no Brasil
Para alcançar esses resultados, os pesquisadores sequenciaram o genoma de mais de 2.700 indivíduos de diversas partes do Brasil, incluindo capitais e comunidades ribeirinhas. Este esforço faz parte do projeto DNA do Brasil, apoiado pelo Ministério da Saúde.
A pesquisa revelou combinações únicas de genomas africanos, que não são encontradas nem mesmo na África, devido à chegada de pessoas de diferentes partes do continente africano durante o período colonial.
Além disso, a equipe de pesquisa, liderada por Lygia Pereira, identificou mais de 8 milhões de variações genéticas inéditas. Isso demonstra a importância de estudar genomas de ancestralidade africana e indígena.
Miscigenação no Brasil
A miscigenação no Brasil é um reflexo de sua história complexa e, muitas vezes, dolorosa. O estudo revelou que 71% da herança genética masculina é de origem europeia, enquanto 77% da herança genética feminina é de origem africana ou indígena.
Isso aponta para um passado de violência e exploração, onde muitas mulheres indígenas e africanas tiveram filhos com homens europeus, muitas vezes em circunstâncias não consensuais.
Essa história está marcada no DNA brasileiro e ajuda a entender a composição genética atual da população.