Pesquisa aponta resíduo de goiaba como alternativa para alimentação de tambaquis

Um estudo recente revelou uma descoberta promissora no universo da aquicultura: o resíduo da agroindústria de polpa de goiaba pode se tornar uma alternativa viável na alimentação de tambaquis. Conduzida por pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, a pesquisa aponta para um modelo de economia circular, onde subprodutos da indústria podem ser reaproveitados de maneira eficiente.

A aceitação desse novo produto foi surpreendentemente positiva, comparável a outras alternativas não convencionais, como o feijão-caupi e a torta da extração do óleo de sacha-inchi, uma planta típica da região amazônica. Isso sugere não apenas uma alternativa alimentar para os tambaquis, mas também uma possível redução nos custos para os piscicultores.

Historicamente, a piscicultura tem dependido fortemente de ingredientes convencionais, como milho e soja, cujo custo muitas vezes é repassado aos produtores de ração. No entanto, a busca por fontes vegetais não convencionais tem sido uma prioridade para diminuir essa dependência e reduzir custos.

Apesar de muitas tentativas anteriores, a produção desses ingredientes alternativos muitas vezes não atendeu às necessidades comerciais, seja pela quantidade insuficiente, sazonalidade de produção ou falta de qualidade nutricional. No entanto, o resíduo da agroindústria de polpa de goiaba parece ser uma exceção, atendendo a todos esses requisitos.

Um estudo detalhado publicado pela Embrapa Amazônia Ocidental evidenciou que o resíduo da goiaba pode substituir parcialmente o milho na formulação de rações para juvenis de tambaqui. Essa substituição pode ocorrer em até 75%, sem comprometer significativamente o desempenho dos peixes.

A principal desvantagem encontrada nesse novo ingrediente é o alto teor de fibra bruta, que pode afetar o ganho de peso dos peixes quando utilizado em 100% da formulação. No entanto, um melhor equilíbrio na composição da ração pode resolver esse problema, aumentando assim a eficácia do resíduo da polpa de goiaba como fonte alimentar.

Além do benefício econômico para os piscicultores, a utilização desse resíduo representa uma abordagem sustentável, alinhada com os princípios da economia circular. Ao aproveitar subprodutos da indústria, como a polpa de goiaba, na produção de rações, o ciclo de vida desses materiais é prolongado, reduzindo assim o desperdício e os impactos ambientais negativos.

No contexto da Amazônia, onde a produção de alimentos muitas vezes enfrenta desafios logísticos e de custos, essa descoberta pode ter um impacto significativo na indústria da aquicultura. Ao diversificar as fontes de alimentação dos tambaquis, os produtores podem não apenas reduzir os custos de produção, mas também promover uma abordagem mais sustentável e resiliente à produção de alimentos na região.

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