Pará investe na produção de cacau e chocolates finos conquistam paladares

A região Norte do Brasil, especialmente no estado do Pará, tem testemunhado um crescente investimento de agricultores familiares no cultivo do cacau, impulsionados pelo potencial do mercado de chocolates finos. Desde 2018, produtores do assentamento Tueré têm se destacado em concursos nacionais e internacionais de qualidade, consolidando a região como uma das mais reconhecidas no setor de chocolates finos.

O terroir específico da região do Pará, aliado ao comprometimento dos agricultores, levou a conquistas expressivas em mais de 30 competições de cacau, resultando em 12 medalhas de ouro, nove de prata e seis de bronze. O gerente de programa da ONG Solidaridad, Paulo Lima, destaca que esse reconhecimento não apenas elevou a autoestima das famílias locais, mas também aumentou significativamente o engajamento no projeto.

O grande diferencial está no tratamento especial dado às amêndoas de cacau fino, cujo valor de mercado é mais do que o dobro do cacau do tipo commodity. Desde o plantio até a fermentação e secagem, as técnicas empregadas foram desenvolvidas com a assistência técnica proporcionada pelo projeto. Mariana Pereira, gerente de programa da ONG, destaca a evolução significativa na qualidade do cacau, inicialmente considerado inadequado, para a produção de cacau e chocolate de alta qualidade em apenas um ano.

Francisco Cruz, um dos pioneiros no projeto, testemunhou a transformação em sua propriedade, onde o cultivo de seis mil mudas em seis hectares migrou gradualmente para o sistema agroflorestal ao longo de 14 anos. As mudanças na forma de beneficiamento, agora mais minucioso e demandando até 80% a mais de custo, refletem o compromisso não apenas com a qualidade do cacau, mas também com práticas agrícolas sustentáveis.

O sucesso do projeto no Pará não apenas impulsiona a produção de chocolates finos, mas também destaca a importância do terroir local, conferindo ao chocolate produzido no assentamento Tueré qualidades únicas. Este movimento não apenas promove a diversificação econômica na região, mas também evidencia o potencial de nichos de mercado e a valorização de produtos de qualidade no setor cacaueiro.

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