Uma sequência preocupante de prisões de sacerdotes católicos é observada na Nicarágua, com pelo menos 14 clérigos e dois seminaristas detidos desde as festividades de Natal. A situação levou o Papa Francisco a expressar sua “profunda preocupação” nesta segunda-feira (1 de Janeiro).
Detenção de sacerdotes durante celebrações de Ano Novo
O sacerdote Gustavo Sandino, pároco em Santa María de Pantasma, no norte do país, foi detido no último dia de 2023. Informações são apontadas por meios de comunicação que trabalham a partir do exílio na Costa Rica e uma lista da advogada especialista em temas da Igreja, Martha Molina, exilada nos Estados Unidos.
Papa Francisco manifesta preocupação com situação
Após a oração tradicional do Angelus na Praça de São Pedro do Vaticano, o Papa manifestou preocupação com a situação na Nicarágua, onde bispos e sacerdotes têm sido privados de sua liberdade. O pontífice pediu orações pela Nicarágua e reiterou a necessidade de buscar o diálogo para superar as dificuldades.
Governo Nicaraguense não se pronuncia
O governo do presidente Daniel Ortega e a polícia não se pronunciaram sobre as acusações de prisões. No entanto, o site governamental destacou uma vigília multitudinária de fim de ano dos evangélicos, no sudeste de Manágua, com apoio da polícia e da prefeitura da capital.
Relação entre Igreja e Governo deteriora
As prisões ocorrem em um momento de tensão crescente entre a Igreja Católica e o governo Ortega. A relação entre as duas instituições se deteriorou durante os protestos antigovernamentais de 2018, que deixaram mais de 300 mortos, centenas de detidos e milhares de exilados.
Apoio internacional e demanda por libertação
Várias organizações de nicaraguenses exilados pediram no domingo um apoio internacional mais forte para a libertação dos sacerdotes e dos opositores presos na Nicarágua. Eles instam a comunidade internacional a cumprir sua responsabilidade de proteger os direitos humanos na Nicarágua e a retirar todo o apoio econômico e político que ainda fornece à ditadura de Ortega-Murillo. Todas essas ocorrências evidenciam a liberdade de expressão ameaçada na Nicarágua, e a necessidade iminente de atuação dos órgãos internacionais em prol dos direitos humanos e da paz.