Nesta terça-feira (29), o controverso projeto de pesquisa norte-americano conhecido como HAARP voltou a ser assunto nas redes sociais. Nesse contexto, militantes de extrema-direita brasileiros acusaram tal projeto de manipular o clima a fim de sabotar seus protestos.
Alegavam que chuvas intensas eram provocadas pelas antenas do HAARP e não eram resultado de fenômenos naturais ligados ao aquecimento global.
Entendendo o projeto HAARP
O HAARP (High-frequency Active Auroral Research Program) é um programa de pesquisa conduzido pela Universidade do Alaska em Fairbanks, livre para visitação pública.
Seu foco é o estudo de características e comportamentos da ionosfera, uma camada da atmosfera que se estende entre 60 km e 300 km acima do nível do mar dividida em quatro regiões. A compreensão dessa camada é crucial para compreender o comportamento das ondas de rádio transmitidas globalmente.
Como o HAARP interfere na ionosfera?
O HAARP trabalha usando seus equipamentos para interferir na ionosfera local, aquecendo a atmosfera e observando os efeitos dessa diferença de temperatura.
No entanto, o HAARP só consegue interferir em uma área limitada, que está sobre suas antenas. A pesquisa no HAARP não é confidencial. Ao menos uma vez por ano, a Universidade do Alaska possui um evento onde visitantes podem conhecer o local e entender seu funcionamento.
O HAARP pode afetar o clima?
No site oficial do HAARP, é possível encontrar informações de que o HAARP não pode interferir no clima. A frequência operada pelo instrumento não é absorvida pela troposfera nem pela estratosfera, camadas da atmosfera responsáveis pela produção do clima.
Portanto, não existem evidências de que o transmissor de ondas de rádio do HAARP possa interferir no clima. Com base nessa informação, podemos dizer que as alegações dos participantes do ato político acerca das ações do HAARP são infundadas.
Por outro lado, a explicação científica para as fortes chuvas aludidas pelos manifestantes é a presença de uma Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), um fenômeno climatológico comum nos meses de primavera e verão, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Tal fenômeno costuma ser responsável por sequências de dias chuvosos com grandes volumes de precipitação.