A palavra-chave “celibato” é um conceito amplamente discutido e muitas vezes mal compreendido. Originado do latim “caelebs” que significa “solteiro”, no contexto religioso, refere-se à decisão de abster-se voluntariamente de qualquer prática sexual. Mas, o que a Bíblia realmente diz sobre o celibato? Vamos explorar este tema.
Segundo a interpretação bíblica, o celibato não é uma imposição, mas uma escolha. Uma pessoa pode decidir viver celibatária por amor ao Reino dos céus, conforme escrito em Mateus 19:10-12. Essa decisão é respeitada e não oposta na fé cristã.
O que a Bíblia diz sobre o celibato?
Para esclarecer a posição bíblica quanto ao celibato, precisamos olhar para as cartas de Paulo aos coríntios. Em 1 Coríntios 7:6-7, Paulo afirma que cada um tem de Deus o seu próprio dom, quer seja o do casamento, quer seja o celibato. Assim, aquele que escolhe viver celibatário faz essa escolha conscientemente e em concordância com a vontade de Deus.
Mais adiante, no mesmo capítulo de 1 Coríntios, no versículo 31, Paulo exorta os cristãos a não se prenderem demais aos laços materiais e posses terrenas. A vida cristã deve estar focada na preparação para a eternidade em comunhão com Deus, e nada, nem mesmo os laços familiares, devem interferir nessa missão.
Por que algumas pessoas escolhem o celibato?
Enquanto algumas pessoas atingem o estado de celibato devido às circunstâncias da vida, outras escolhem deliberadamente esse estilo de vida. Essas pessoas acreditam que a vida celibatária as liberta para se dedicarem mais plenamente ao serviço de Deus e à expansão da obra divina (1 Coríntios 7:32). Jesus confirmou esta escolha como válida, mas ressaltou que seria um desafio e, portanto, essa regra não seria para todos (Mateus 19:11-12).
Celibato, Casamento e Sexualidade na Bíblia: Qual é a Abordagem Cristã Correta?
O cristianismo apoia duas fórmulas de vida legítimas: a vida matrimonial e a vida celibatária. A vida matrimonial é importante para evitar a imoralidade sexual, enquanto a vida celibatária é valorizada por permitir uma dedicação total ao serviço de Deus. Ambos os estilos de vida são vistos como dons valiosos concedidos por Deus e configuram as únicas opções de vida sexual legítimas para os cristãos.
Entenda o celibato na Igreja Católica e a polémica do Padre Ferdinando
Padre Ferdinando, natural de São José da Bela Vista (SP), fez manchetes recentemente ao deixar suas funções na Paróquia Santa Luzia, em Franca (SP), para um período sabático, colocando em evidência a antiga disciplina do celibato na Igreja Católica. Este fato gerou diversas questões e debates. Mas afinal, por que um padre precisa manter o celibato?
O Direito Canônico, conjunto de leis que regem a Igreja Católica, estabelece que os padres não podem ter relacionamentos amorosos ou se casar. Isso está em vigor há séculos.
Por que os padres não podem se casar na Igreja Católica?
No coração do debate está a disciplina do celibato. Esta prática tem sido parte da vida da Igreja Católica, pelo menos, desde o século XI e foi reafirmada várias vezes ao longo da história, inclusive pelo Papa Pio XII (1939-1958) e no Concílio Vaticano, em 1965.
Padre Antonio Elcio de Souza, reitor do Seminário Maria Imaculada, em Brodowski (SP), ressalta que desde o início da formação para o sacerdócio, o aspirante é orientado a viver o celibato. O celibato tem três aspectos fundamentais: Cristológico (referente a Jesus Cristo), Eclesiológico (referente à igreja) e escatológico (referente ao fim dos tempos, vida eterna).