O futuro do agro brasileiro

O agronegócio brasileiro está em uma posição estratégica para atender à crescente demanda global por terras agrícolas. De acordo com estimativas da Mckinsey & Company, apresentadas durante o 23º Congresso Brasileiro do Agronegócio, o mundo precisará de cerca de 70 a 80 milhões de hectares adicionais nos próximos seis anos.

Esse número pode aumentar ainda mais devido aos efeitos das mudanças climáticas, chegando a mais de 100 milhões de hectares em 2030. Em um cenário onde a sustentabilidade e a recuperação de áreas degradadas são essenciais, o agro brasileiro se destaca como líder em tecnologias inovadoras.

O evento, organizado pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) em parceria com a B3 – a bolsa do Brasil, foi realizado no dia 5 de agosto de 2024, em São Paulo. Nelson Ferreira, sócio-sênior e líder global de Agricultura da Mckinsey & Company, destacou que “esse montante equivale quase a que o Brasil tem hoje de terra plantada”. Ele ressaltou a necessidade de reflorestamento e a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis para suprir essa demanda crescente.

O Potencial do Agronegócio Brasileiro

Uma pesquisa da Mckinsey & Company revelou que o agronegócio brasileiro está na vanguarda na adoção de produtos de biocontrole e bioestimulantes, além de práticas de agricultura regenerativa. Isso demonstra o enorme potencial do país para expandir suas técnicas de agricultura de precisão, automação e sensoriamento remoto. Com essa abordagem inovadora, o Brasil pode não apenas atender à demanda por terras, mas também contribuir significativamente para a sustentabilidade global.

Como o Agronegócio Brasileiro Pode Atender à Demanda de 2030?

Nelson Ferreira também abordou o potencial brasileiro com soluções de biomassa, que podem gerar cerca de US$ 25 bilhões até 2030 e US$ 61 bilhões até 2040. O agronegócio brasileiro pode agregar valor por meio da biorrefinaria e de novos produtos, sempre de forma integrada e sustentável. Isso coloca o Brasil em uma posição crucial para atender à demanda global por bioprodutos e biodevirados em diversos setores.

Desafios e Medidas do Agronegócio Brasileiro

Durante a solenidade de abertura do Congresso, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, presidente da ABAG, destacou a importância de ações coordenadas entre o setor público e privado. Ele afirmou que “a demanda por bioprodutos e biodevirados está em todos os setores” e que é necessário um diálogo aberto com os produtores agroindustriais para contribuir com a agenda climática, a COP 30 e o mercado de carbono.

O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, reforçou a necessidade de superar desafios relacionados à insegurança jurídica, logística e financiamento. Ele mencionou esforços como a regularização fundiária, investimentos em ramais ferroviários e aumento no aporte de recursos em seguro rural. Já o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, destacou a importância da proteção à propriedade e da recuperação de áreas degradadas, além de enfatizar a necessidade de infraestrutura robusta para escoar a produção.

Quais São as Projeções Financeiras para o Agronegócio Brasileiro?

Gilson Finkelsztain, CEO da B3, enfatizou que o acesso ao crédito é essencial para o agronegócio. Ele mencionou que as CPRs registradas na B3 cresceram quase 40% em relação a 2023, e os CRAs atingiram um crescimento de quase 30% em um ano. A B3 tem orgulho de viabilizar crédito através de registros de diversas frentes, contribuindo assim para o desenvolvimento do setor.

Diversos outros participantes do Congresso, incluindo representantes governamentais e líderes do setor agrícola, também discutiram o papel do Brasil como maior exportador de algodão do mundo. Eles ressaltaram a importância da recuperação de áreas degradadas e da certificação para garantir a competitividade nos mercados globais.

O Caminho para um Futuro Sustentável

Carlos Augustin, assessor Especial do Ministério da Agricultura e Pecuária, destacou que o Brasil tem 160 milhões de hectares de áreas degradadas que podem ser desenvolvidas de forma sustentável. O deputado federal Arnaldo Jardim mencionou diversas pautas legislativas voltadas para a sustentabilidade e competitividade do setor, incluindo o uso de biocombustíveis e o carro híbrido flex.

O agronegócio brasileiro tem a chance de se consolidar como líder global em bioprodutos, biodevirados e práticas sustentáveis. Com inovação, investimento e políticas públicas adequadas, o setor poderá atender à demanda global e contribuir significativamente para a agenda climática mundial.

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