Nem chegou, mas começou: Bolsa Família prepara pente-fino para 2025

Em janeiro de 2025, o Bolsa Família passará por mais um pente-fino. O governo se concentrará principalmente na análise das famílias unipessoais e na revisão dos cadastros desatualizados no CadÚnico. 

Esta ação visa cumprir a meta de corte de R$ 2,3 bilhões no orçamento do programa para o ano de 2025, reduzindo de R$ 168,6 bilhões para R$ 166,3 bilhões.

O Bolsa Família atendeu 21,1 milhões de famílias em agosto deste ano, com pagamentos que totalizaram R$ 14,25 bilhões. Destas, mais de 4 milhões são famílias unipessoais, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS). As inconsistências nos dados do CadÚnico tornam a revisão dos cadastros essencial para a eficácia do programa.

Novo pente-fino no programa

O Tribunal de Contas da União (TCU) expressou preocupação com o aumento de famílias unipessoais e os cadastros desatualizados por mais de quatro anos. Segundo a lei, a atualização dos dados deve ocorrer a cada dois anos, sob risco de perda do benefício. A recomendação do TCU inclui readequação do programa e correção das falhas de focalização e qualidade dos dados.

Por que focar nas famílias unipessoais?

As famílias unipessoais, que são compostas apenas por uma pessoa, tem seu aumento atribuído ao legado do auxílio emergencial. 

O formato do auxílio emergencial permitiu dois benefícios adultos por família, resultando em um aumento dessas famílias no Auxílio Brasil.

Quais são as consequências do pente-fino?

Desde 2023, o MDS vem revisando constantemente os cadastros, especialmente os unipessoais. Em 2023, 1,7 milhões de famílias tiveram seus benefícios suspensos. Estas revisões são realizadas mensalmente, visando garantir que apenas aqueles que realmente necessitam do auxílio sejam contemplados.

Para aumentar o alcance das famílias participantes, o MDS realiza ações de busca ativa no Cadastro Único. Em 2024, mais de 1,37 milhão de famílias foram incluídas no Bolsa Família, indicando a dinâmica contínua de entrada e saída de beneficiários no programa. 

A cidade de São Paulo lidera com quase 700 mil famílias unipessoais recebendo o benefício, seguida pelo Rio de Janeiro, com 500 mil.

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