Em setembro de 2022, a missão DART da NASA alcançou um marco notável ao colidir com o asteroide Dimorphos, desencadeando consequências significativas e intrigantes. O impacto cinético da nave espacial alterou com sucesso a órbita do pequeno asteroide, resultando na ejeção de toneladas de rochas de sua superfície.
Após o impacto, um grupo de pesquisadores realizou medições do período orbital de Dimorphos cerca de um mês depois. Surpreendentemente, a órbita aumentou para 34 minutos, um minuto a mais do que as medições iniciais. Esta mudança inesperada intrigou os cientistas, pois alguma força continuou a abrandar a órbita do asteroide, desafiando as explicações convencionais.
As análises sugerem que o arrastamento de ejetos de impacto é uma explicação improvável para essa mudança significativa no período orbital. Os pesquisadores destacam a necessidade de mais observações do sistema (65803) Didymos para confirmar os resultados e aprofundar a compreensão pós-impacto.
A missão DART, cujo objetivo era testar como os asteroides respondem a impactos, revelou resultados intrigantes que vão além das expectativas. A alteração no período orbital, uma técnica de defesa planetária, foi considerada uma boa notícia, pois demonstrou a capacidade de alterar a rota de um asteroide potencialmente perigoso para a Terra.
DART, com seus 610 kg de peso, atingiu Dimorphos a uma velocidade de aproximadamente 22.530 km/h, escavando uma cratera na superfície e lançando mais de 900 mil kg de detritos ao espaço. Além disso, o impacto influenciou a trajetória do asteroide pai, Didymos, adicionando complexidade ao entendimento desses sistemas.
Enquanto a equipe científica da DART continua a analisar dados sobre a composição da lua do asteroide e as características da ejeção, outro grupo de pesquisadores, utilizando o telescópio de 0,7 m do Observatório Thacher, realizou observações que indicam uma possível redução no período orbital do sistema, sugerindo uma resposta dinâmica da órbita ao longo do tempo.
Uma teoria intrigante propõe que a evolução da nuvem de detritos da colisão pode ter influenciado a órbita de Dimorphos. Observações detalhadas mostraram que, à medida que os detritos se expandiam, formavam-se estruturas como aglomerados, espirais e uma longa cauda, influenciada pela radiação solar.
A incerteza persiste quanto ao motivo da mudança contínua no período orbital, e os pesquisadores planejam observar de perto o comportamento do sistema nos próximos meses. Com a missão Hera da ESA programada para ser lançada em 2024, espera-se que ela forneça insights adicionais ao realizar um estudo detalhado de Dimorphos, ampliando nossa compreensão sobre o impacto da missão DART e seu impacto duradouro no sistema asteroidal.