O Censo 2022 revelou uma significativa mudança no panorama religioso do Brasil, destacando que os católicos agora representam 56,7% da população, enquanto os evangélicos aumentaram sua participação para 26,9%. Estes dados foram apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 1872, o primeiro censo brasileiro registrou que 99,7% dos brasileiros eram católicos. Este domínio esmagador do catolicismo foi a crença oficial durante o Brasil imperial. A partir de então, iniciou-se uma trajetória de declínio. Em 2000, 74,1% se declaravam católicos. Atualmente, esta proporção está abaixo de 60% pela primeira vez.
Expansão evangélica
Enquanto o catolicismo perde espaço, o segmento evangélico continua a crescer, com um aumento de 5,3 pontos percentuais entre 2010 e 2022. Os evangélicos representam agora 26,9% da população. Além disso, religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé, triplicaram suas declarações, passando de 0,3% para 1% no mesmo período.
Em termos globais, um número crescente de brasileiros, particularmente jovens, identificou-se como sem religião. Este grupo aumentou de 7,9% em 2010 para 9,3% em 2022.
Cenários regionais
A distribuição geográfica e etária dos dados do Censo 2022 revela disparidades regionais. A Região Norte do Brasil apresentou a menor proporção de católicos e alta densidade de evangélicos e outras religiões. Análises adicionais indicam que fatores sociais e culturais desempenham um papel importante nessas mudanças.
Transições intergeracionais também são observadas. A influência evangélica é mais expressiva entre os mais jovens, enquanto os católicos mantêm maior presença em faixas etárias acima dos 60 anos.