O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Moscou para uma visita oficial a convite de Vladimir Putin. Este encontro marca a primeira reunião bilateral entre os dois líderes desde que Lula assumiu seu terceiro mandato.
A visita ocorre em um momento delicado, considerando as tensões geopolíticas envolvendo a Rússia e a Ucrânia. A agenda do presidente brasileiro inclui a participação no desfile militar que celebra os 80 anos da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Embora a visita busque demonstrar a independência da política externa brasileira, há preocupações de que possa ser interpretada como um alinhamento com a Rússia. A presença de Lula no evento, que agora é visto como uma demonstração de força militar russa, levanta questões sobre a posição do Brasil em relação ao conflito na Ucrânia.
Impacto da visita de Lula na política externa brasileira
A visita de Lula à Rússia ocorre em um contexto de críticas e preocupações. Analistas apontam que o gesto pode prejudicar a imagem do Brasil como defensor do direito internacional. A Ucrânia, por exemplo, expressou descontentamento com a visita, interpretando-a como um apoio a Vladimir Putin.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, recusou uma conversa telefônica com Lula, reforçando a percepção de distanciamento entre os dois países.
Internamente, a diplomacia brasileira tem condenado a agressão russa em votações na ONU. No entanto, as declarações de Lula, que sugerem uma responsabilidade compartilhada entre Rússia e Ucrânia pelo conflito, contrastam com essa posição oficial. Essa dualidade pode afetar as relações do Brasil com seus parceiros tradicionais no Ocidente.
Além das implicações políticas, a visita de Lula à Rússia tem um forte componente econômico. A Rússia é um dos principais parceiros comerciais do Brasil, com um comércio bilateral significativo. O Brasil busca equilibrar sua balança comercial com a Rússia, que atualmente apresenta um déficit considerável.