Leite adulterado em grande empresa brasileira: MP suspende produção

Uma operação desencadeada pelo Ministério Público (MP) revelou um esquema preocupante envolvendo a fraude em produtos lácteos no Rio Grande do Sul. Segundo a investigação, foram identificados procedimentos ilícitos de reprocessamento em produtos como leite UHT e leite em pó, utilizando substâncias perigosas, como soda cáustica e água oxigenada. 

A empresa envolvida, Dielat, possui uma distribuição significativa, tanto nacional quanto internacionalmente, incluindo exportações para a Venezuela. Com produtos sob marcas como Mega Lac e Tentação, a empresa já tinha um histórico de fornecimento para escolas e órgãos públicos.

A operação revelou que a empresa também venceu licitações para fornecer produtos lácteos a instituições públicas, aumentando ainda mais a preocupação sobre o alcance da fraude.

Consequências das adulterações

A adição de substâncias como soda cáustica e água oxigenada aos produtos lácteos tem como objetivo mascarar a acidez e prolongar a validade de produtos deteriorados. Contudo, essas práticas representam riscos significativos à saúde humana.

Entre os riscos potenciais, estão problemas de saúde graves, incluindo casos de contaminação alimentar e até riscos de câncer, conforme elucidado pelo promotor Mauro Rockenbach.

O uso de fórmulas sofisticadas permitiu que essas substâncias escapassem de detecções iniciais realizadas pelos órgãos de fiscalização, como os vinculados ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). 

Como a operação foi executada

A operação, que contou com quatro mandados de prisão preventiva, também incluiu 16 de busca e apreensão em diversos municípios, como Taquara e São Paulo. Entre os detidos, estavam importantes figuras da Dielat, incluindo um sócio-proprietário e um engenheiro químico.

As autoridades também prenderam uma mulher em flagrante, acusada de tentar destruir provas cruciais.

Atualmente, estão sendo realizados exames minuciosos para identificar os lotes contaminados. Esta fase é crítica, pois as novas fórmulas adotadas pelos suspeitos dificultam a identificação de substâncias nocivas em análises preliminares. 

A defesa de Sérgio Alberto Seewald, um dos acusados, afirma que ele não possui vínculo com a empresa, alegando se tratar de uma criação de fatos pelo Ministério Público. 

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