O recente estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) revelou um efeito significativo do Bolsa Família sobre o mercado de trabalho. A pesquisa conduzida por Daniel Duque destacou que, após a ampliação do benefício para aproximadamente R$ 670 em 2025, para cada duas famílias beneficiadas, uma está deixando o mercado de trabalho. Isso levanta questões sobre os impactos futuros na força de trabalho brasileira.
Jovens e o Bolsa Família
O estudo indica que a saída do mercado é mais marcante entre jovens, especialmente homens de 14 a 30 anos, residentes nas regiões Norte e Nordeste. Nestas áreas, o valor do Bolsa Família quase iguala os salários de mercado, incentivando a escolha pela inatividade formal.
A Informalidade e Seus Motivos
Muitas famílias evitam empregos formais para não perder a elegibilidade ao programa. Acompanhadas pelas informações governamentais sobre empregos formais, essas famílias escolhem a informalidade. Tal decisão, embora compreensível, pode comprometer a produtividade e os salários futuros desses indivíduos.
Mudanças no Programa e Desafios Futurísticos
Desde a pandemia, o orçamento do Bolsa Família cresceu para R$ 170 bilhões em 2025, quase triplicando o valor médio dos benefícios. Esta expansão impactou o mercado de trabalho de forma que, até o primeiro trimestre de 2025, a participação ainda não tinha retornado aos níveis pré-pandemia.
As autorizações recentes permitem que famílias que ultrapassam o limite de renda, mas ainda estão vulneráveis, permaneçam temporariamente no programa. O governo busca um equilíbrio entre a sustentabilidade do benefício e a formalização do trabalho.
Integração com Educação e Qualificação
Propostas para integrar o Bolsa Família com políticas educacionais têm ganhado força. Ao apoiar a formação educacional, o programa pode se tornar um trampolim para futuros empreendimentos econômicos. Isso inclui iniciativas de qualificação, permitindo que a inatividade atual de jovens seja aproveitada para aprendizado.
Até o final de 2025, o mercado ainda não se estabilizou completamente, indicando a necessidade de estratégias que alinhem o Bolsa Família com a educação e o desenvolvimento de habilidades. Tais passos são cruciais para que o programa continue a servir de alicerce para um futuro laboral mais robusto e sustentável no Brasil.