Nos últimos anos, o setor de entregas por aplicativos no Brasil tem sido palco de intensos debates e manifestações. Motoristas de aplicativos de entrega de alimentos e outros serviços programaram uma greve de dois dias, destacando a insatisfação com as condições de trabalho e remuneração. A paralisação ocorre nestes dias 31 de março e 1° de abril.
Este movimento, conhecido como “Breque dos APPs”, busca chamar a atenção para a precarização enfrentada por esses trabalhadores.
A Avenida Paulista, em São Paulo, tornou-se o epicentro das manifestações, com entregadores reivindicando melhorias nas condições de trabalho. Entre as principais demandas estão o pagamento mínimo de R$ 10 por entrega, R$ 2,50 por quilômetro percorrido e a limitação de 3 quilômetros para entregas feitas por bicicletas.
Além disso, os manifestantes pedem o fim do agrupamento de entregas sem compensação adequada.
Principais reivindicações dos entregadores
Os entregadores de aplicativos têm levantado questões importantes sobre o modelo de trabalho atual. Eles comparam suas condições às de outros trabalhadores que enfrentam longas jornadas sob o regime CLT, destacando a falta de segurança e benefícios.
O termo “escravidão moderna” é frequentemente utilizado para descrever a relação entre as plataformas e os entregadores, evidenciando a insatisfação com a forma de remuneração e a falta de direitos trabalhistas.
Durante as manifestações, faixas e cartazes chamam a atenção para a necessidade de mudanças. Os trabalhadores pedem uma remuneração justa que reflita o aumento dos custos operacionais e a valorização de seu trabalho, especialmente após o “boom” da profissão durante a pandemia de 2020.
Como a pandemia influenciou o setor de entregas
A pandemia de COVID-19 trouxe uma nova dinâmica para o setor de entregas por aplicativos. Antes de 2020, empresas como o iFood já operavam no Brasil, mas foi durante a pandemia que a demanda por serviços de entrega cresceu exponencialmente.
Os entregadores, antes vistos como heróis por manterem o abastecimento de alimentos, agora enfrentam a realidade de um mercado que não valoriza adequadamente seu trabalho.