Foi por isto que Eliza Samudio queria completar os estudos, mas Bruno não deixou

Eliza Samudio é a figura central de um dos casos mais emblemáticos da história criminal recente do Brasil. 

Seu desejo de viver uma vida tranquila e cuidar de seu filho ficou publicamente conhecido através do documentário da Netflix, “A Vítima Invisível”, lançado na última quinta-feira (26).

No documentário, foi revelada uma conversa de Eliza com um amigo, onde ela expressou seu desejo de terminar os estudos e fazer faculdade, além de resolver suas questões pessoais com o pai de seu filho, o goleiro Bruno. 

“Vou fazer supletivo a distância. Jamais vou encher o saco dele, tu sabe. Quero só paz para cuidar do meu filho e estudar… Viver minha vida sem medo. Quero terminar logo os estudos para fazer faculdade. Tomara que até lá eu já tenha resolvido as coisas com o pai do meu filho. Depende da Justiça.” (via: UOL)

No entanto, o futuro da jovem foi interrompido de forma brutal em um crime que até hoje gera questionamentos, já que seu corpo nunca foi encontrado.  

Quem foi Eliza Samudio?

Eliza Samudio era uma jovem apaixonada por esportes. Nascida no Paraná, ela deixou a cidade-natal para ir em busca do sonho de jogar em um grande time de futebol de salão. 

Em São Paulo e, posteriormente, no Rio de Janeiro, Eliza tentava construir sua carreira enquanto lidava com difíceis dinâmicas familiares. Criada pelo pai, que mais tarde foi preso por abuso, Eliza enfrentou uma infância tumultuada.

Como Eliza Samudio foi assassinada?

Conhecida por seu envolvimento com o goleiro do Flamengo Bruno, Eliza engravidou em 2009. No mesmo ano, ela chegou a denunciar Bruno por cárcere privado e ameaças, mas a medida protetiva lhe foi negada. 

Bruno Fernandes (Foto: IstoÉ)

Segundo investigações, o assassinato de Eliza ocorreu após ela ser atraída ao sítio de Bruno em Esmeraldas-MG na esperança de negociar um acordo a respeito da pensão do filho. Lá, ela foi mantida em cárcere privado, agredida e assassinada.

Repercussões do caso

A mídia focou amplamente em Bruno, negligenciando os detalhes de quem foi Eliza e o que ela sofreu. O documentário busca apresentar registros inéditos das conversas de Eliza, em que ela expressava medo das ameaças de Bruno e seu desejo de retomar os estudos e resolver a questão na Justiça. 

Familiares e amigos de Eliza revelam também o caráter lutador e os sonhos nunca realizados da jovem.

Documentário “A Vítima Invisível”

O título do documentário reflete o propósito de tirar Eliza da invisibilidade a que foi relegada durante o julgamento e a cobertura midiática do caso. 

A advogada da mãe de Eliza enfatiza o termo “A Vítima Invisível” para descrever a maneira como a jovem foi ignorada pelas autoridades e pela sociedade mesmo após pedir ajuda. A obra não apresenta grandes novidades conclusivas, mas oferece uma reflexão sobre machismo e feminicídio no Brasil.

Hoje, Bruno e Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, participante do assassinato, cumprem pena em liberdade condicional. 

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