Exportações brasileiras de ovos caem em julho devido à doença de Newcastle

As exportações brasileiras de ovos, tanto in natura quanto processados, registraram uma queda significativa em julho, alcançando o menor volume desde abril deste ano. Pesquisadores do Cepea destacam que a redução é consequência direta do autoembargo às vendas externas de produtos avícolas, imposto após a confirmação da doença de Newcastle em uma granja comercial situada em Anta Gorda (RS), na segunda quinzena de julho.

De acordo com dados da Secex, compilados e analisados pelo Cepea, o Brasil exportou 1,3 mil toneladas de ovos para o mercado internacional em julho, número que representa uma queda de 19% em comparação com o mês anterior e uma redução de 44% em relação a julho de 2023. A situação preocupante no setor avícola ainda está longe de ser resolvida.

Como a doença de Newcastle afeta as exportações brasileiras de ovos?

Na terça-feira, 6 de agosto, o Ministério da Agricultura e Pecuária declarou o fim do estado de emergência zoossanitária no Rio Grande do Sul. Entretanto, mesmo com essa medida, pesquisadores do Cepea apontam que ainda não houve o retorno integral das exportações de produtos avícolas, incluindo ovos. A doença de Newcastle é altamente contagiosa e pode causar prejuízos econômicos significativos para os produtores.

Estado de Emergência Zoossanitária e suas consequências

Desde a confirmação do surto em Anta Gorda, as autoridades brasileiras adotaram medidas rigorosas para conter a disseminação da doença. Entre as ações tomadas, destacam-se:

  • Autoembargo às exportações: A suspensão temporária das vendas externas foi uma das primeiras e mais impactantes medidas.
  • Quarentena: Granja afetada e áreas adjacentes foram colocadas sob vigilância estrita.
  • Vacinação e controle sanitário: Intensificação de medidas preventivas em todo o estado.

Essas ações foram fundamentais para conter o surto, mas também acarretaram desafios consideráveis para os produtores e exportadores de ovos no Brasil.

Qual o impacto econômico para a avicultura brasileira?

A queda nas exportações de ovos não impacta apenas os produtores, mas toda a cadeia de suprimentos relacionada à avicultura. Com a diminuição das exportações, acumulam-se estoques internos, o que pode levar à queda dos preços no mercado doméstico. Além disso, os produtores enfrentam desafios adicionais, como:

  1. Redução de receita: Menores volumes de exportação resultam em receitas mais baixas.
  2. Custos adicionais: Medidas de controle e prevenção acarretam custos extra para os produtores.
  3. Incertezas no mercado: A percepção de risco pode afetar futuras negociações e contratos com parceiros internacionais.

Para os produtores de ovos, a situação exige resiliência e adaptação. Alternativas de mercado e estratégias de controle sanitário eficazes são essenciais para a recuperação do setor.

O que esperar para os próximos meses?

O retorno pleno das exportações de ovos dependerá de diversos fatores, incluindo a capacidade do Brasil em controlar completamente a doença de Newcastle e restabelecer a confiança no mercado internacional. A vigilância contínua e as melhorias nas práticas sanitárias serão cruciais para evitar novos surtos e garantir a continuidade das exportações.

Produtores e autoridades esperam que, com o fim do estado de emergência, o cenário comece a melhorar progressivamente. No entanto, é essencial manter um monitoramento rigoroso para evitar novos casos e desafios no setor avícola.

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